Folha de S. Paulo


Moradores de Itu (SP) fazem novo protesto na Câmara contra falta de água

Cerca de 50 moradores de Itu (a 101 km de SP) protestaram contra a falta de água na cidade nesta segunda-feira (13) na Câmara Municipal, interrompendo a sessão por cerca de dez minutos.

Eles pedem a criação de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para investigar o contrato da prefeitura com a Águas de Itu, concessionária de abastecimento e saneamento da cidade.

O requerimento da comissão especial, proposto pela vereadora Balbina de Paula Santos (PMDB), tem a assinatura de quatro dos 13 vereadores –falta uma assinatura.

"Tiraram a dignidade das pessoas. Se o prefeito [Antônio Tuíze, do PSD] tivesse sido rígido com a Águas de Itu, não estaríamos nesta situação", diz o vereador Giva Soares (Pros), que assinou o requerimento. "Ele tem de decretar o estado de calamidade pública. A concessionária não investiu o previsto no contrato."

Há mais de oito meses em racionamento, Itu enfrenta uma série de manifestações devido à falta de água.

OUTROS PROTESTOS

Ontem, dois protestos na região do Pirapitingui terminaram com um ônibus incendiado e a Força Tática da PM dispersando manifestantes com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo e bala de borracha.

Em setembro, outros dois protestos na mesma semana terminaram em confronto com a PM: um em frente à Câmara Municipal, que reuniu cerca de 2.000 pessoas e terminou com ovos, tomates e pedras arremessados contra o prédio, e outro em frente ao comitê de campanha do ex-prefeito de Itu Herculano Passos (PSD), eleito deputado federal e apontado por parte da população de ser o responsável pela crise da água no município.

Após os protestos, a prefeitura anunciou uma série de medidas, que o Ministério Público estadual julgou insuficientes, e a criação de um comitê de crise.

A população afirma que o problema da água diminuiu até o primeiro turno das eleições, há oito dias, e voltou a piorar a seguir.


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