Folha de S. Paulo


Francisco Cavalcanti (1941-2014) - Diretor e galã da Boca do Lixo

"Ele era o galã dos filmes dele. Como fazia muitos filmes policiais, acabava interpretando o mocinho, que sempre resolvia tudo à bala", lembra Diomédio Piskator, sobre Francisco Cavalcanti, diretor no extinto polo cinematográfico da Boca de Lixo.

O apelido consagrou a região no centro de São Paulo que concentrou, entre os anos 60 e 80, boa parte da produção cinematográfica do Estado.

Piskator filmou na Boca com o colega e hoje dirige o Instituto Ozualdo Candeias, com egressos do polo.

Fabricio, filho de Cavalcanti, conta que havia rodado neste ano um documentário sobre o cineasta, "Meu Pai a 24 Quadros", hoje em fase de pós-produção. Ele conta também que o pai tinha planos de finalizar um longa filmado em 1987, "O Irmão do Demônio", no qual José Mojica Marins interpreta o vilão.

Entre os principais filmes da carreira de Cavalcanti estão "Aberrações de uma Prostituta" (1981), "Os Violentadores de Meninas Virgens" (1983) e "Ivone, a Rainha do Pecado (1984)".

Cavalcanti também atuou em diversos longas —alguns deles dirigidos por ele próprio, como "As Mulheres do Sexo Violento" e "Mulheres Violentadas", nos anos 1970.

Neste ano, o diretor voltou a se reunir com colegas para rodar "Memórias da Boca", longa composto por episódios curtos feitos para relembrar o auge do polo.

Hospitalizado em São Paulo para tratar um câncer de intestino, Cavalcanti morreu na madrugada desta quarta (1º) aos 72 anos. O corpo será cremado às 9h desta quinta (2) no Cemitério da Vila Alpina.

coluna.obituario@uol.com.br


Endereço da página:

Links no texto: