Folha de S. Paulo


Onda de violência em SC já soma três mortes e 35 ataques

Subiu para três o número de mortos e para 35 os atentados ocorridos em Santa Catarina desde sexta-feira (26), quando começou uma nova onda de violência no Estado. A informação é da Polícia Militar.

As ações criminosas se concentram até o início da tarde desta quarta (1º) em 16 cidades catarinenses –eram dez até ontem à tarde. Os criminosos incendiaram ônibus e dispararam contra prédios da polícia e agentes da segurança pública.

Nesta quarta, os ônibus circulam normalmente, mas o serviço deve ser novamente interrompido às 18h30. Motoristas e cobradores alegam que não há segurança para trabalhar durante a noite e a madrugada.

Editoria de Arte/Folhapress

Novos ataques foram registrados em Biguaçu, Governador Celso Ramos, Balneário Camboriú, no litoral catarinense, e Campos Novos, Canoinhas e Ituporanga, no interior do Estado.

Na noite de terça (30), um suspeito de envolvimento nos atentados foi morto, segundo a PM. Agostinho da Silva, 42, foi assassinado por policiais em Joinville (a 170 km de Florianópolis), às 23h40, após uma "troca de tiros" com uma equipe que patrulhava a cidade. O grupo seguiu dois suspeitos de moto que haviam desobedecido a ordem de parada.

Segundo a PM, Silva tinha antecedentes criminais de roubo e tráfico de drogas e fazia parte do PGC (Primeiro Grupo Catarinense).

O PGC é o maior grupo criminoso de Santa Catarina e apontado como responsável pelas ondas de violência de 2012 e 2013, que se espalharam por diversas cidades do Estado.

OUTROS MORTOS

Além dele, um outro suspeito está entre os mortos. No domingo (28), um homem suspeito de praticar ataques foi morto pela Polícia Militar em São José, na Grande Florianópolis. Segundo a corporação, ele atirou contra a casa de um policial e foi atingido em troca de tiros durante a fuga.

A terceira vítima é o agente prisional aposentado Luiz Carlos Dalagnol, que foi assassinado na segunda (29) em Criciúma (a 184 km de Florianópolis) quando fechava o portão de casa. Ele trabalhou 37 anos no presídio da cidade. Ninguém foi preso pelo crime.

A onda de ataques a ônibus fez os motoristas cruzarem os braços nesta terça.

Guto Kuerte/Agência RBS/Folhapress
Novos ataques foram registrados em Santa Catarina nesta terça-feira
Ônibus em Santa Catarina que foi incendiado nesta semana por criminosos

O balanço da PM mostra que a onda de violência urbana se alastra pelo interior do Estado, e que ônibus e instalações da segurança pública são os alvos principais.

A Polícia Militar informou que 22 suspeitos pelos ataques já foram presos.

HISTÓRICO

O PGC é apontado como responsável pelas ondas de violência de 2012 e 2013 em Santa Catarina. Na ocasião, a Polícia Militar registrou 182 ataques em 54 cidades, a maioria contra ônibus e instalações da segurança pública.

Em maio deste ano, a Justiça condenou 80 pessoas, a maioria delas ligadas ao PGC, pelos atentados. As maiores penas, de 19 anos de prisão, foram aplicadas aos líderes do grupo.


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