Folha de S. Paulo


PM cria rede de informações para evitar novos ataques a ônibus de SC

Eduardo Valente/Frame/Folhapress
Santa Catarina registra onda de ataques; ônibus é incendiado por criminosos em Florianópolis
Santa Catarina registra onda de ataques; ônibus é incendiado por criminosos em Florianópolis

A Polícia Militar de Santa Catarina montou uma rede de informações com os empresários do transporte público de Florianópolis para tentar coibir os ataques de criminosos aos ônibus na capital catarinense. Novas ocorrências ou atitudes suspeitas serão informadas ao grupo por meio do aplicativo de celular WhatsApp.

Entre as noites de sexta-feira (26) e domingo (28), houve ataques a cinco ônibus, duas bases da PM, duas casas de policiais e um pátio da Secretaria de Segurança Pública na cidade. Não houve feridos.

O transporte coletivo foi interrompido nos bairros da parte continental da cidade entre a noite de sábado (27) e o meio-dia de domingo.

Para evitar novas ações dos criminosos, a polícia fará escolta em algumas linhas consideradas mais suscetíveis aos ataques. Além do policiamento ostensivo, carros sem identificação e agentes à paisana serão utilizados na noite desta segunda (29). A PM afirma não poder informar o número de homens usados nas operações por questão de segurança.

O governador em exercício, desembargador Nelson Martins, determinou reforço no policiamento e alerta total contra ações da facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense), apontada pela Secretaria da Segurança como responsável pelos atos de violência.

Para tentar controlar a crise, o governador convocou a cúpula da secretaria. Presidente do TJ (Tribunal de Justiça), Martins assumiu o cargo após o governador Raimundo Colombo (PSD) se afastar para disputar a reeleição

DISPUTA ENTRE TRAFICANTES

A motivação dos criminosos ainda não foi esclarecida. Segundo a polícia, os ataques podem ser uma resposta ao trabalho policial nas ruas ou a uma suposta briga entre traficantes.

Na madrugada de domingo, César Machado, 33, que cumpria liberdade condicional da colônia penal de Palhoça, cidade da região metropolitana de Florianópolis de onde saiu em julho deste ano, foi morto durante uma troca de tiros com a polícia, segundo a PM. Ele tinha passagens por porte de drogas e porte ilegal de arma. Outro suspeito, Thiago Maciel, 18, foi ferido e hospitalizado. Não há informações sobre seu estado de saúde.

A facção criminosa PGC foi responsável, segundo a Secretaria da Segurança, por ataques pelo Estado em novembro de 2012 e em fevereiro de 2013. O grupo queria regalias para as lideranças nas cadeias. A Força Nacional de Segurança interveio nos presídios para estancar a crise.

Após os ataques deste final de semana, a Secretaria da Segurança diz que não cogita pedir a presença de homens da Força Nacional no Estado.


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