Folha de S. Paulo


Confira as opiniões de personagens de São Paulo sobre as ciclovias

As ciclovias de São Paulo vêm provocando declarações apaixonadas, a favor e contra.

Como o Datafolha mostrou neste sábado (20) que a popularidade do prefeito Fernando Haddad (PT) tem subido no momento em que ele cria uma rede de ciclovias em São Paulo, principal marca de seu segundo ano no cargo.

Segundo a pesquisa concluída na quarta-feira (17), o índice de quem considera sua gestão ótima ou boa subiu de 15%, em julho, para 22%. É o primeiro aumento desde as manifestações do ano passado. A taxa de reprovação do prefeito (quem considera seu trabalho ruim ou péssimo) teve variação ainda maior e despencou de 47% para 28%.

A Folha ouviu a opinião de alguns personagens da cidade.

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"Bicicleta é meio de transporte em SP e em qualquer lugar do mundo. Deixei o carro em casa e estou levando minha filha pra escola pela ciclovia. Acho reacionário esse movimento contra, é fruto de uma mentalidade arcaica, dependente de gasolina. A única crítica é que as ciclovias foram montadas meio às pressas, então tem muito buraco", Facundo Guerra, sócio de bares como o Riviera.

Greg Salibian/Folhapress
O empresário Facundo Guerra, dono de bares em São Paulo
O empresário Facundo Guerra, dono de bares em São Paulo

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"Eles tiram os pontos de táxi pra fazer as ciclovias e os taxistas ficam sem outro por alguns dias. Deveriam fazer junto, se não como o taxista vai ganhar seu pãozinho? Também está mais complicado pra pegar passageiro na calçada. Mas se a opinião pública está aprovando, quem sou eu para ser contra? Só não sei o resultado que isso vai ter", Natalício Bezerra, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos.

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"Não sou contra a bicicleta, mas antes de fazer ciclovia deveriam resolver nosso trânsito caótico. Já tem as faixas de ônibus, fica aquele trânsito absurdo e as faixas vazias. Se fosse na China, onde a bicicleta é meio de transporte, tudo bem. Mas aqui não é, e aí vai favorecer uns poucos sem resolver o principal", Ricardo Guedes, dono da padaria Galeria dos Pães.

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"Vejo com simpatia a política de valorização do transporte ciclístico, comum nas cidades mais civilizadas. A bicicleta é uma das opções, o melhor seria multiplicar a quilometragem do metrô, uma solução permanente. Toda mudança pode parecer traumática, mas acredito que a administração pública planejou", Renato Nalini, presidente do Tribunal de Justiça de SP.

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"O uso da bicicleta requer rede de ciclovias conectada a outros modais (trem, metrô), paraciclos, pavimentação adequada. A prefeitura quer implantar sem esses requisitos, com baixo custo e de forma autoritária. Faltam estudos de demanda, número de usuários, planejamento participativo", Rogério Amato, presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

Zanone Fraissat/Folhapress
Rogério Amato, empresário
Rogério Amato, empresário

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"Quando as ciclovias forem também à periferia, o impacto vai ser muito forte. Na CPTM os bicicletários são muito mais usados do que os do metrô, que são mais centralizados. O impacto que já está ocorrendo pelos bicicletários aumentará", Jurandir Fernandes, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos.

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"A ciclovia da av. Paulista, além de provocar caos no trânsito durante as obras, reduzirá as faixas de rolamento, impedindo a circulação de motos nos corredores. Estatisticamente, as vias que tiveram redução são as que têm mais acidentes de moto", Luiz Artur Cané, presidente do Movimento Brasileiro de Motociclistas.

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"Eu sou favorável às ciclovias e ao incentivo do transporte público que o governo do prefeito Fernando Haddad vem fazendo. As ciclovias trazem mais benefícios, lazer, saúde, meio ambiente, do que problemas. Sou indubitavelmente a favor", Rosangela Lyra, socialite e presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins.

Leticia Moreira/Folhapress
A socialite Rosangela Lyra
A socialite Rosangela Lyra

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