A escultura de um senhor sobre um trampolim azul, que parece estar próximo de saltar no rio Pinheiros, chama a atenção de quem passa pela ponte Cidade Universitária, em São Paulo.
A instalação é do artista plástico Eduardo Srur, que diz querer que as pessoas pensem na importância da recuperação das águas do rio.
"A ideia surgiu ao olhar pela janela do meu ateliê e ver um erro urbanístico numa das regiões mais ricas de São Paulo", conta Srur, em referência à poluição das águas.
Em parceria com a ONG Associação Águas Claras do Rio Pinheiros, responsável pela limpeza do rio, ele criou a mostra "Às Margens do Rio Pinheiros".
"Trampolim" é a primeira das obras a ser exposta. Outras versões dela poderão ser vistas em breve, nas pontes Morumbi, Cidade Jardim e Eusébio Matoso. Em cada uma delas haverá um personagem diferente.
"São interpretações tristes sobre o estado do Pinheiros", define o artista. "Mas não são suicidas. Se você chegar perto deles, analisar, vai ver que estão em estado contemplativo, fitando as águas."
Srur ainda fará outras duas instalações. "Portal" será composta por arcos imensos, feitos com materiais de escola de samba, nos córregos Uberaba e Jaguaré.
Já "Hora da Onça Beber Água" trará um casal de onças infláveis gigantes nas margens do rio. Em extinção, o animal é um símbolo da fauna que, segundo o artista, poderia ainda existir caso houvesse vegetação por ali.
"O cheiro do rio anestesia nossa consciência", afirma Srur. "Não se pensa na situação das águas."