Folha de S. Paulo


Prefeitura de SP ativa mais 12,3 km de ciclovias neste sábado

Neste sábado (13), a Prefeitura de São Paulo inaugurou seis novos trechos de ciclovias, somando 12,3 km de vias destinadas às bicicletas.

Com a entrega desses novos espaços, desde junho, a prefeitura já pintou de vermelho (a cor é padrão, uma exigência das normas de trânsito) 70,6 km de vias para ciclistas.

Os novos trechos estão na avenida Dr. Assis Ribeiro (1,7 km); nas regiões de Perdizes e Santa Cecília e Higienópolis, em trechos das vias Cândido Espinheira, alameda Barros, ruas Dr. Frederico Abranches, Dr. Albuquerque Lins, João Ramalho, Ministro Godói e Amaral Gurgel (trecho tem 4,2 km); em Pinheiros, na rua Prof. Artur Ramos (a avenida Cidade Jardim e a praça Nicolau David tem agora calçada compartilhada; trecho tem 1,3 km); na região da Luz, no viaduto Gal. Couto de Magalhães, entre as ruas Mauá e Prates (1,6 km); nos bairros do Pari e do Canindé (3,3 km) e, por fim, mais 200 metros na alameda Nothman, no centro.

Editoria de Arte/Folhapress

À medida que as vias se expandem também cresce a polêmica sobre o assunto. Comerciantes e associações de bairros se mobilizam contra o estreitamento de faixas e a eliminação de vagas de estacionamento –estima-se que 5.800 já foram removidas.

O assunto vai ganhar ainda mais visibilidade, já que uma campanha da prefeitura na TV vai usar as ciclovias para convencer turistas dos atrativos da capital.

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PERGUNTAS E RESPOSTAS

Como se chegou à meta de 400 km de ciclovia?
A prefeitura diz os 400 km são o mínimo para a criação de uma rede para bikes. O número faz parte da lei que estabeleceu o programa de metas da gestão Haddad (PT).

Quem faz os projetos das ciclovias em São Paulo?
São desenvolvidos pela CET e por escritórios de engenharia contratados pela prefeitura

Quais são os critérios para a escolha dos locais?
Segundo a CET, o objetivo é oferecer segurança e conforto ao ciclista. O padrão de ciclovia escolhido tem dois sentidos, fica à esquerda e não elimina faixa de tráfego

Experiências internacionais foram consideradas?
A prefeitura diz ter se baseado em planos cicloviários implantados em cidades como Amsterdã, Buenos Aires e Nova York, que foi visitada por uma comitiva mês passado

Na av. Paulista, por que o canteiro foi escolhido para receber ciclovias?
Para a prefeitura, o canteiro central não comportaria parada de ônibus sem que houvesse mudanças, como redução da calçada. Para especialistas, seria melhor por o corredor de ônibus à esquerda e implantar a ciclovia à direita

Quantos pessoas andam de bicicleta na cidade?
Segundo Pesquisa de Mobilidade do Metrô de 2012, 268 mil viagens são feitas em bikes por dia (0,6% do total). A conta só considera o modo principal de transporte. Quem vai ao metrô de bike, por exemplo, não é considerado

Por que as ciclovias estão vazias?
A prefeitura diz haver demanda represada, e que as ciclovias devem aumentar para pelo menos 5% o percentual de viagens feitas de bike

Qual será o impacto das ciclovias no trânsito?
A prefeitura diz que a diretriz é preservar faixas de tráfego. Cerca de 40 mil vagas de estacionamento na rua darão lugar às ciclovias na cidade

O projeto foi discutido nos bairros?
Moradores, taxistas e comerciantes dizem que não. Eles reclamam que, sem acesso à calçada, não conseguem fazer carga e descarga ou apanhar passageiros idosos. A prefeitura diz que o projeto foi apresentado publicamente, e que ajustes podem ser feitos se houver problemas

Qual o custo?
A gestão estima em R$ 200 mil por km. O projeto da Paulista, mais complexo, vai ter 3,8 km e custar R$ 15 milhões

Porque as ciclovias são pintadas de vermelho?
A cor é definida pelo Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito e a mais adotada internacionalmente. O vermelho já era usado pela CET nas gestões anteriores


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