Folha de S. Paulo


Polícia do Rio prende suspeitos de envolvimento no sumiço de grávida

A Polícia Civil do Rio prendeu nesta quinta-feira (11) dois suspeitos de envolvimento no desaparecimento de uma mulher grávida.

A auxiliar administrativa Jandira Magdalena dos Santos, 27, está desaparecida desde 29 de agosto, dia em que teria ido realizar um aborto com uma mulher de apelido "Rose".

Os presos são a técnica de enfermagem Rosemere Aparecida Ferreira e o policial civil Edilson dos Santos, acusados de pertencerem a uma quadrilha especializada em aborto.

A Folha telefonou várias vezes para o advogado dos dois, Jair Leite Pereira, mas não conseguir falar com ele.

De acordo com a irmã de Jandira, Joice dos Santos, ela resolveu interromper uma gravidez de três meses e duas semanas e conseguiu, por meio de amigas, o contato de Rose, que seria responsável por administrar uma clínica clandestina de aborto.

A polícia desconfia que "Rose" seja Rosemere, que já responde a quatro processos por prática de aborto e teve sua prisão preventiva decretada em fevereiro por um aborto realizado em 2013.

Segundo depoimento do ex-marido de Jandira à polícia, Leandro Brito Reis, ela gostaria de abortar por medo de perder o emprego. Reis a acompanhou até uma rodoviária em Campo Grande, na zona oeste do Rio, local de ponto de encontro para que fosse encaminhada até a clínica.

Segundo Reis, Jandira entrou em um Gol branco, de quatro portas, que era conduzido por uma mulher de cabelos loiros. Após chegar à clínica de aborto, enviou uma mensagem de texto em que dizia "estou em pânico, mandaram desligar o celular. Ore por mim".

O ex-marido esperou Jandira retornar à rodoviária, conforme o combinado, mas ela não apareceu.

Nesta quarta-feira (9), a mãe de Jandira, Maria Ângela dos Santos, realizou um exame de DNA para saber se um corpo encontrado em Pedra de Guaratiba, dentro de um carro carbonizado, é de sua filha. O resultado do exame deve sair em um prazo de 15 a 30 dias.

A irmã de Jandira disse que a família não tem mais esperança de encontrar a jovem viva. "Acreditamos que ela não esteja mais entre nós. Ela já pagou pelo erro dela. Agora, quero que a justiça seja feita e esses dois paguem pelos erros que cometeram também", disse.

Rosemere foi presa em Mambucaba, distrito de Angra dos Reis, costa verde fluminense. Já Edilson foi preso na Penha, zona norte do Rio.


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