Folha de S. Paulo


Funcionários da USP protestam no dia em que a greve completa cem dias

César Rosati/Folhapress
Funcionários e professores da USP fazem protesto no dia em que a greve completa cem dias
Funcionários e professores da USP fazem protesto no dia em que a greve completa cem dias

Cerca de 500 manifestantes saíram do campus da USP (Universidade de São Paulo) na manhã desta quarta-feira (3) e seguem rumo à avenida Paulista onde vão se encontrar com grevistas da Unicamp e da Unesp.

Na tarde de terça-feira (2), o Conselho Universitário da USP decidiu propor reajuste salarial de 5,2% para os grevistas, que reivindicam 9,78%. Após se reunirem na Paulista, o grupo deverá seguir até o Cruesp (conselho de reitores da USP, Unicamp e Unesp) para saber se a proposta será estendida também para a Unicamp e Unesp.

Somente depois dessa reunião, que contará com a presença dos reitores, os grevistas farão uma assembleia para decidir se aceitam ou não a proposta.

"Cem dias sem dinheiro,cem dias sem sossego, cem dias sem arrego. Fora Zago", gritam os manifestantes contrários a administração do atual reitor, Marco Antonio Zago.

Magno de Carvalho, diretor do Sintusp (sindicato dos servidores), classificou o valor como "decepcionante" e disse que espera decisão mais favorável da Justiça do Trabalho. Na sexta-feira (5), haverá uma audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) para discutir os rumos da paralisação.

Funcionários e professores das universidades estão em greve desde o dia 27 de maio.

Na terça-feira, a USP aprovou um PDV (plano de demissões voluntárias), como forma de atenuar uma de suas mais graves crises financeiras. O programa de demissões tem o objetivo de conter os gastos que, só com a folha de pagamento, chegam a 106% do orçamento da universidade.

O PDV abrange funcionários não docentes, preferencialmente com idade entre 55 e 67 anos e mais de 20 anos de carreira. Eles terão indenização de um salário por ano trabalhado (até o limite de 20 anos ou R$ 400 mil). As demissões ocorrerão de janeiro a março do próximo ano.

A USP investirá R$ 400 milhões no programa. O valor virá das reservas financeiras, em queda por causa do gasto com salários. A expectativa é que o plano traga economia de 6,5% a 7,5% na folha de pagamento a partir de 2016.


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