Folha de S. Paulo


MTST desocupa área conhecida como Copa do Povo na zona leste de SP

Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) desocuparam na manhã deste domingo (31) a área conhecida como Copa do Povo, na zona leste de São Paulo.

A saída dos sem-teto havia sido acordada com a Justiça no começo em julho. Na época, o MTST se comprometeu em sair do espaço em 45 dias.

O movimento chama o ato de "saída provisória", já que o acordo foi feito mediante o compromisso da dona do terreno em vender o local e das três esferas governamentais transformarem o local em moradia popular.

O terreno de 150 mil metros quadrados -equivalente a 15 campos de futebol- foi invadido por mais de mil pessoas ligadas ao MTST um mês antes da Copa.

No começo deste mês, o prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou uma lei que viabiliza a utilização da área pelo movimento sem-teto que a invadiu há pouco mais de três meses.

A medida gerou uma reação do Ministério Público que pediu para o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Marcio Elias Rosa, avalie-a como inconstitucional.

De acordo com a promotoria, a transformação da área em zona de interesse social não foi acompanhada de "estudos técnicos" e de "amplos debates com a população".

No entendimento dos promotores, a viabilização da área para a construção de casas populares poderá interferir na fila habitacional de São Paulo priorizando integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) responsáveis pela invasão do terreno.

A expectativa do líder do MTST Guilherme Boulos é que sejam construídas entre 3 mil e 3,5 mil apartamentos na área que tem aproximadamente 150 mil metros quadrados.

"Depende da aprovação do projeto de engenharia e arquitetura da obra, que já começou a ser feito", disse. O empreendimento será construído por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida em parceria com o MTST.


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