Advogados de dois réus que foram encaminhados a júri popular dizem que o uso do dolo eventual em crimes de trânsito é uma tendência "equivocada".
Celso Vilardi, que defende Marcelo Malvio Alves de Lima, já recorreu. "Considero a hipótese de júri verdadeiramente absurda", disse.
Segundo o advogado, ficou comprovado em exames que a vítima estava embriagada e ultrapassou o sinal vermelho.
"Não existe hipótese de dolo eventual com a contribuição da vítima para o acidente", disse Vilardi. Ele diz esperar que a decisão seja revertida na Justiça.
Apu Gomes/Folhapress | ||
Ato em homenagem a Miriam Baltresca e sua filha, Bruna Baltresca, vítimas do trânsito |
"Na minha visão, há uma tendência equivocada. O Ministério Público, por achar que a Justiça é muito branda, leva esses casos para o dolo eventual", disse. Vilardi diz que o exame clínico em Lima não constatou embriaguez.
Defensor de Marcos Alexandre Martins, o advogado Luiz Fernando Prioli afirma que está à espera da apreciação de um recurso.
Ele também considera a tendência ao dolo eventual como um erro. "É um encaixe na lei num afã de dar uma resposta à sociedade", disse.
Em sua tese de defesa, ele argumenta que Martins tinha índice de alcoolemia baixo e que o laudo sobre a velocidade foi inconclusivo.
A Folha não localizou o advogado de Luciano Macedo.