Folha de S. Paulo


Escassez de chuvas provoca redução da vazão em represa de Minas

Por causa da seca, a vazão das águas do rio São Francisco, na represa de Três Marias (MG), baixou de 190 m³/s para 170 m³/s desde quinta-feira (21).

A redução foi determinada pela ANA (Agência Nacional de Águas) e pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

O menor volume de água que está sendo liberado do reservatório, segundo o Ministério Público Federal, é resultado de um encontro das autoridades públicas estaduais e federais, empresas, prefeituras e projetos afetados pela escassez, como o de irrigação do Jaíba (norte de Minas). O encontro, intermediado pelo Ministério Público Federal, ocorreu na terça-feira (19), em Brasília.

A represa de Três Marias é administrada pela Cemig, a estatal mineira de energia elétrica. A redução afeta até a população ribeirinha na Bahia.

"A redução do volume de água liberado pelo reservatório da usina tem o objetivo de tentar garantir a manutenção do fluxo a jusante, ou seja, o volume de água rio abaixo", informou a Procuradoria em nota.

"Nesse curso estão municípios mineiros situados na região central e norte do Estado e cidades baianas até a represa de Sobradinho, cujas populações ribeirinhas podem ser impactadas caso a seca persista por tempo maior do que o previsto", completa a nota.

A escassez de chuvas na bacia do São Francisco é a pior nos últimos 80 anos, de acordo com as autoridades.

A região está sob monitoramento constante. No começo de setembro, vai acontecer nova reunião de avaliação e, dependendo da situação, a vazão poderá ser reduzida ainda mais. Pode baixar para 150 m³/s.

Segundo a Cemig, o reservatório da usina de Três Marias está atualmente com apenas 8% do volume útil. A quantidade de água que chega ao reservatório é mais de três vezes menor do que a quantidade de água liberada da represa.

O possível agravamento da situação fez com que todas as unidades da Procuradoria da República que atuam em áreas sob a influência do rio São Francisco até a foz, em Sergipe, estejam sendo alertadas.

"A sugestão de atuação conjunta busca reforçar, principalmente, a atuação dos órgãos de proteção e defesa civil, para tomarem medidas de precaução frente ao possível agravamento da crise", diz a nota do Ministério Público.


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