Os 2 milhões de passageiros de ônibus do Grande Recife foram às ruas mais uma vez nesta segunda-feira (25) sem transporte público por causa da paralisação de motoristas, cobradores e fiscais.
A paralisação afetou a circulação de 3.000 ônibus nos 13 municípios do Grande Recife, que deixaram de rodar entre 4h e 8h. Após esse horário, lentamente os veículos começaram a aparecer nas ruas.
Sem opção, passageiros recorreram a caronas, mototáxis e ao transporte alternativo feito em vans e Kombis, proibido no Recife desde 2003.
Longas filas se formaram em terminais da região metropolitana do Recife. A espera em alguns lugares era de mais de três horas.
Revoltados, passageiros queimaram objetos e interditaram a avenida Presidente Kennedy, próximo ao terminal Xambá, em Olinda. Em Jaboatão dos Guararapes, um ônibus que circulava normalmente foi depredado.
A categoria, que havia parado por três dias no final de julho, cruzou os braços novamente na última sexta-feira (22) em protesto à decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que suspendeu o reajuste de 10% que o TRT-6 (Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região) havia concedido no mês passado.
O novo reajuste concedido pela Justiça é de 6%. Na última quarta-feira (20), o presidente do TST, ministro Antonio José de Barros Levenhagen, acatou pedido do sindicato das empresas de ônibus por entender que os 10% haviam ficado fora dos limites do poder normativo da Justiça do Trabalho.
A suspensão do reajuste vale até o julgamento do caso pela Seção de Dissídios Coletivos do TST, que ainda não tem data para acontecer.
TRÉGUA
Os trabalhadores retomaram as atividades ao longo desta segunda-feira e decidiram nesta tarde não paralisar os serviços na terça-feira (26).
Segundo o sindicato da categoria, eles tentarão uma audiência com o ministro Barros Levenhagen para pedir que ele volte atrás na decisão de suspender o aumento de 10%.
Caso não sejam atendidos, os trabalhadores informaram que farão nova paralisação na manhã de quarta-feira (27).
O sindicato das empresas de ônibus diz não ter condições de arcar com o reajuste de 10% e afirma que está prestes a ter prejuízo.