Pouco tempo depois de chegar a São Paulo, no final dos anos 1950, o gaúcho Fernando von Poser escolheu um braço da represa de Guarapiranga, no extremo-sul, para se instalar definitivamente.
Além de praticante de esportes aquáticos, costumava dizer que, "no futuro, luxo será ter privacidade e silêncio".
Acompanhou de perto o crescimento da Riviera Paulista, participando ativamente da associação de amigos do bairro, da qual foi presidente, e da comunidade católica Nossa Senhora do Caminho. Por mais de dez anos, foi ministro de casamento ao lado da mulher, Zélia.
Fernando fez carreira em indústrias farmacêuticas —mudou-se para São Paulo transferido por uma delas. Especializou-se em marketing e viajava constantemente para outros países, de onde sempre voltava com histórias.
Apesar disso, era formado em direito e gostaria de ter seguido a carreira militar, mas não pôde por ser daltônico.
Com a aposentadoria, nos anos 80, estudou teologia e dedicou-se à horta de casa. Cuidava das árvores frutíferas e legumes e verduras que ele mesmo plantava.
Era conhecido pelo seu bom humor e ótimo papo. Em casa, sempre pedia a opinião de todos antes de tomar uma decisão —desde comprar uma máquina de lavar roupa até fazer um passeio.
Teve câncer de bexiga. Morreu na segunda-feira (18), aos 87. Deixa Zélia, após 64 anos de casamento, os filhos, Rui, Luiz, Carlos e Paulo, sete netos e quatro bisnetos.
A missa do sétimo dia será às 8h30 de hoje (24/8), na Nossa Senhora do Caminho.