Folha de S. Paulo


Ciclista divide faixa na avenida Sumaré, em SP, com pedestre e poste

Entre um rapaz que corre e uma mãe que caminha levando seu bebê num carrinho, o ciclista que percorrer a mais nova ciclovia de São Paulo pode encontrar um poste. Ou uma árvore.

Nesta sexta (22), a gestão Fernando Haddad (PT) inaugurou a primeira ciclovia que também pode ser usada por pedestres. Fica no canteiro central das avenidas Sumaré e Paulo 6º, na zona oeste.

O usuário aprovou, mesmo estando sujeito a desviar de postes e árvores no meio da pista, alguns sem sinalização.

Ao percorrer os 2,7 km da faixa, entre as praças Caetano Fracaroli (Perdizes) e Marrey Junior (Pinheiros), a Folha encontrou na pista 16 postes e 5 árvores sem sinalização.

Adriano Vizoni/Folhapress
Ciclista desvia de poste de luz no meio da ciclovia de 2,7 km inaugurada nesta sexta (22) na zona oeste de São Paulo
Ciclista desvia de poste de luz no meio da ciclovia de 2,7 km inaugurada nesta sexta (22) na zona oeste

Árvores maiores estão sinalizadas de forma clara: faixas amarelas contínuas no chão, antes e depois do obstáculo, para evitar acidentes.

Mesmo com os obstáculos, os usuários elogiaram a nova pista, que antes era apenas cimentada e sem sinalização.

"Seria melhor se fosse só para ciclistas, mas a gente consegue conviver. Mesmo com esses postes no caminho, estou adorando. Queria apenas um bicicletário na estação Sumaré", disse a cartunista Luli Penna, 18.

A professora de educação física Manuela Nunes, 34, acha perigoso dividir o espaço com ciclistas, mas diz que a via melhorou. "Arrumaram os buracos e isso deixou bem mais seguro, principalmente para quem frequenta à noite."

Doutora em mobilidade não motorizada pela FAU-USP, a arquiteta Meli Malatesta diz que todos os obstáculos devem ser sinalizados. "Isso serve para chamar a atenção, pois o atleta anda olhando para o chão para escapar de buracos e objetos que possam fazê-lo cair, como folhas molhadas", disse.

Para ela, a mistura de pedestres e bicicletas na mesma via requer cuidados, mas não é um grande problema.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que o percurso segue as determinações do Código de Trânsito Brasileiro. Afirmou ainda que árvores e postes estreitam a largura das faixas, mas "não interferem na continuidade do percurso."


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