Um grupo de vítimas do médico Roger Abdelmassih aguarda no aeroporto a chegada do acusado que estava foragido e foi recapturado no Paraguai.
Helena Leardini disse ter sido agarrada à força por Abdelmassih durante uma consulta na clínica de fertilização. "O meu caso prova que ele não atacava apenas pacientes sedadas e que o argumento de que as vitimas estavam tendo alucinações não é verdadeiro."
Silvia Franco afirmou que sofreu um aborto na gestação fertilizada pelo médico. Ela faz parte de um grupo de mulheres que busca informações sobre o que o médico teria feito com embriões das vítimas que foram fertilizados, mas não implantados.
"Não tive filhos, meu marido se separou de mim. Foram muitas vidas destruídas por esse homem."
Vanuzia Lopes Gonçalves também está no local aguardando a chegada do ex-médico. "Para nós é uma felicidade muito grande a prisão. É uma liberdade porque quando ele foi solto eu fiquei presa", disse a mulher que também afirmou ser vítima do ex-médico.
Especializado em reprodução humana, Abdelmassih foi condenado em 2010 a 278 anos de prisão por 48 estupros cometidos contra 37 mulheres. Ele estava foragido desde janeiro de 2011 e liderava a lista de procurados da Secretaria da Segurança de Pública de São Paulo.
O ex-médico foi preso em Assunção, capital paraguaia, na terça-feira (19). Ele passou a noite numa cela na cidade de Foz do Iguaçu (PR).
Abdelmassih embarcou com destino a São Paulo pouco depois das 13h20 desta quarta-feira (20) num voo direto para a capital. De acordo com a Polícia Civil, ele deve chegar por volta das 16h.
Um grupo grande de curiosos se aglomera neste momento em volta da área isolada pela polícia para a passagem de Roger Abdelmassih. Pessoas desembarcam com malas no aeroporto e acabam parando para aguardar a chegada do foragido.
O ex-médico deve ser transferido para o presídio de Tremembé (a 147 km de São Paulo), conhecido como "Presídio de Caras", entre esta quarta e quinta-feira (21).