Folha de S. Paulo


Preso, Abdelmassih também será investigado por adulteração genética

Condenado a 278 anos de prisão por abusar sexualmente de pacientes, o ex-médico Roger Abdelmassih, preso na terça-feira no Paraguai, ainda será investigado por manipulação genética, diz a delegada Celi Paulino Carlota.

Segundo a titular da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo, Abdelmassih é alvo de um inquérito, que apura se ele cometeu crimes relacionados à lei de biossegurança quando atuava na área de reprodução assistida.

A delegada informa ter ouvido durante a investigação mais de cem mulheres atendidas pelo especialista, embora apenas os casos de 37 vítimas tenham sido considerados na sentença. Muitas ocorrências de assédio sexual e estupro, por exemplo, já haviam prescrito quando as denúncias foram feitas.

NOVAS VÍTIMAS

A investigação sobre os abusos foi a primeira a ser finalizada, e Abdelmassih foi indiciado pela polícia em junho de 2009.

"Depois disso, apareceram novas vítimas relatando que também haviam sido abusadas e que, após passar pelo tratamento, seus filhos nasceram com síndromes ou má formação", diz a delegada.

Havia a suspeita de que Abdelmassih inseminava mais óvulos do que o indicado para que a fertilização tivesse sucesso. Um segundo inquérito foi instaurado para apurar os casos, ainda em 2009.

O ex-médico ficou foragido por três anos, mas, agora que foi detido, deve ser convocado a depor, de acordo com Celi.

"Poderemos esclarecer vários pontos que ficaram vagos e definir exatamente os crimes que ocorreram", afirma.


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