Folha de S. Paulo


Polícia diz que ainda não descarta 'serial killer' em crimes em Goiânia

Em entrevista concedida à imprensa na tarde desta quinta-feira (7) sobre o assassinato de mulheres em Goiânia, o superintendente da Polícia Civil de Goiás, Deusny Aparecido Silva Filho, disse que continua trabalhando com as hipóteses de um "serial killer" (assassino em série), vários autores ou até crimes sem ligação entre si.

Ao todo, 15 mulheres foram baleadas por motoqueiros desde o início deste ano. Segundo Silva Filho, os casos, que incluem também a morte de um homem e duas tentativas de homicídio, têm circunstâncias "comuns, que podem servir como elo de ligação e levantar novas opções para investigação".

O superintendente confirmou que há um grupo de suspeitos e que mandados de prisão estão sendo expedidos. Entretanto, a Polícia Civil não informou o número exato, sob justificativa de que as informações sobre a operação devem ser mantidas em sigilo.

"Não sabemos se há um mesmo autor em todos os casos ou em apenas alguns deles, e só será possível afirmar isso com o inquérito policial. Tudo que podemos dizer no momento é que já há suspeitos e estão sendo procurados", disse.

Segundo Silva Filho, novos casos deverão ser adicionados à lista, incluindo assaltos e sequestros, que têm características em comum com os demais.

O policial orientou "toda a sociedade" a ter "atitudes sensatas", como não transitar sozinho por ruas ermas ou de madrugada. "Se você vai à uma lanchonete, observe se é um ambiente salutar, seguro", disse.

Silva Filho também mostrou preocupação com a propagação de boatos, que podem atrair justiceiros e atrapalham as investigações. "As redes sociais são um problema, pois criam evidências falsas que temos que investigar. Temos medo que apareça um justiceiro e que pessoas inocentes acabem pagando", afirmou.

Segundo ele, os crimes causaram "grande comoção social", inclusive entre os policiais, "o que fez com que o próprio governador ordenasse uma ampliação na investigação".

Na manhã desta quinta-feira (7), um grupo de mulheres realizou uma manifestação em frente à sede do governo do Estado. Segundo o Fórum Goiano de Mulheres, cerca de 80 pessoas participaram do ato. Com cartazes das mulheres assassinadas, o grupo leu um manifesto contra as mortes.

Outro protesto está previsto para sábado (9). Organizado via redes sociais, já conta com 35 mil confirmações de presença.


Endereço da página: