Folha de S. Paulo


Manifestantes liberam entrada da USP; protesto continua no campus

Os manifestantes liberaram a entrada principal do campus da USP (Universidade de São Paulo) por volta das 11h desta quinta-feira (7). O grupo impedia a entrada de pedestres e carros do portão principal desde as 5h.

Cerca de 200 manifestantes participam do protesto e seguem agora em caminhada para os demais portões da universidade. O grupo, formado por estudantes e servidores, deve encerrar o ato em frente ao prédio da reitoria da universidade.

Os trabalhadores da USP, além das outras duas universidades estaduais, estão parados há 73 dias. Eles pedem principalmente um reajuste de 9,78% nos salários além de melhorias na saúde e mais investimentos em ensino.

A universidade diz que passa por uma grave crise financeira e que não irá reajustar os rendimentos de nenhum trabalhador. "Se há crise que as contas da universidade sejam abertas a população. Queremos saber de onde vem essa conta deficitária. Certeza que não é do bolso dos trabalhadores", disse Bruno Rocha, diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP).

Na pauta de reivindicações, os manifestantes também pedem o pagamento dos salários descontados.

Outro pedido dos funcionários e alunos é a libertação do estudante e servidor da universidade Fábio Hideki Harano. Ele, junto com o professor Rafael Lusvargh, foi preso em um protesto anti-Copa na região da avenida Paulista em junho.

Os manifestantes dizem que a prisão é arbitrária e que Harano está detido como um "preso político". O servidor é acusado de ser líder de grupos que adotam a tática Black Bloc, prática que visa a depredação de prédios privados e públicos em manifestações.

Quando preso, a polícia acusou Harano de porte de explosivos, no entanto um laudo feito pela PM e pelo Instituto de Criminalística apontou que os artefatos apreendidos não tinham nenhum potencial incendiário ou explosivo.

Para os manifestantes, essa é a prova de que a prisão do servidor da USP foi arbitrária.


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