A reunião de cerca de seis horas entre grevistas e donos de empresas de ônibus acabou sem acordo no final da noite desta terça-feira (29). Dessa maneira, a greve de motoristas, cobradores e fiscais que afeta dois milhões de passageiros segue nesta quarta-feira (30), pelo terceiro dia.
Ao longo desta terça, 71% dos ônibus saíram às ruas, segundo o sindicato patronal. Mas nem todos circularam normalmente. Pela manhã, motoristas estacionaram cerca de 50 veículos na avenida Agamenon Magalhães, uma das principais do centro do Recife.
Empresários dizem que 47 ônibus foram depredados nos dois primeiros dias de paralisação.
| Daniel Carvalho - 28.jul.14/Folhapress | ||
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| Sem acordo, greve de ônibus no Grande Recife deve continuar nesta 4ª |
Nos terminais, o empurra-empurra entre os passageiros era grande nos raros momentos em que aparecia um ônibus durante todo o dia. Algumas pessoas esperaram mais de duas horas para conseguir embarcar.
A paralisação afeta a circulação de 3.000 ônibus nos 13 municípios do Grande Recife.
O TRT-6 (Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região) determinou a operação de 100% da frota nos horários de pico, das 5h30 às 9h e das 17h às 20h, o que não vem sendo cumprido. Os grevistas recorreram da decisão.
A categoria quer reajuste no salário e no vale-refeição. O Ministério Público do Trabalho, que faz a mediação entre patrões e empregados, propôs reajuste de 10% para os dois itens.
O sindicato dos rodoviários, no entanto, concorda apenas parcialmente com a proposta - quer aumento de 87% no auxílio-alimentação, que passaria de R$ 171 para R$ 320.
Já o sindicato patronal diz que só suporta reajustar em 5% o salário e o vale dos 17 mil empregados (22 mil, segundo o sindicato dos trabalhadores). De julho de 2013 a junho de 2014, o IPCA acumulado foi de 6,5%.
Hoje, motoristas recebem salário base de R$ 1.605, enquanto fiscais recebem R$ 1.038 e cobradores, R$ 738.