Folha de S. Paulo


Secretaria critica líder do MTST e diz que reintegração evitou conflitos

A Secretaria de Segurança Pública afirmou que a realização da reintegração de posse do Portal do Povo, na região do Morumbi, na zona oeste de São Paulo, nesta segunda-feira (28), impediu possíveis conflitos. Criticou também o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e colunista da Folha, Guilherme Boulos, afirmando que ele usa "o déficit habitacional existente na cidade de São Paulo para fazer proselitismo político-eleitoral".

Boulos havia criticado a ação desta segunda, que, segundo ele, descumpria acordo feito com a Polícia Militar para que a reintegração ficasse para a próxima quinta-feira (31). "O que incomoda Boulos é que a ação da PM impediu que ele montasse o cenário para uma reintegração conflituosa, e não pacífica como ocorreu."

A secretaria, no entanto, disse que "não houve descumprimento de nenhum acordo. Há uma determinação judicial para que a área fosse desocupada em meados de julho. No dia 17, a pedido dos moradores e da própria PM, a Justiça alongou o prazo ATÉ (sic) o dia 31".

Em resposta às acusações do governo estadual, Boulos disse que não pode praticar proselitismo político, já que não é candidato a nenhum cargo político. "Quem está fazendo proselitismo é o governador Geraldo Alckmin (PSDB) que faz espetáculos de despejo para ganhar votos da parcela mais conservadora da sociedade. Ele sim é candidato nesta eleição", disse.

Boulos afirmou ainda que o grupo de sem-teto se organizava para sair pacificamente do terreno invadido até a próxima quarta-feira (30). "Ele não quis perder a oportunidade de ser truculento e com isso conseguir votos na ala da direita. E usou a situação da fragilidade de moradia das famílias para isso".

A reintegração aconteceu durante a manhã, de forma pacífica. Ao término, o líder do movimento disse que o MTST fará "grandes mobilizações nos próximos dias" contra a reintegração. Uma reunião na tarde desta segunda iria definir as ações do movimento.

Segundo a construtora Even, dona do terreno, o local no Morumbi tem 60 mil m² e o preço médio do metro quadrado construído na região é de R$ 7.000. As famílias estavam no local desde o dia 20 de junho.


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