Folha de S. Paulo


Greve lota terminais e tem ônibus incendiado no Grande Recife

Terminais de ônibus do Recife e região metropolitana amanheceram lotados nesta segunda-feira (28) por causa da greve de motoristas, cobradores e fiscais, que começou à 0h e não tem previsão para terminar. Ao menos um ônibus foi incendiado.

Devido ao número reduzido de ônibus, quem utiliza transporte público enfrenta longas filas. Eles dizem que a espera que passa de uma hora. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco, 66% da frota está circulando.

O caso do veículo incendiado foi registrado no terminal do Barro, zona oeste do Recife, onde manifestantes apedrejaram e depois colocaram fogo no ônibus. Em Olinda, um grevista furou o pneu de um ônibus e passageiros que estavam no veículo fecharam a PE-15.

Daniel Carvalho/Folhapress
Grevistas param ônibus que estão circulando, na zona norte do Recife
Grevistas param ônibus que estão circulando, na zona norte do Recife

No final da semana passada, o TRT-6 (Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região) concedeu liminar favorável aos patrões que obrigava a operação de 100% da frota nos horários de pico, das 5h30 às 9h e das 17h às 20h, e 50% no restante do dia. O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário informou que recorreria da decisão.

A paralisação afeta a circulação de 3.000 ônibus nos 13 municípios do Grande Recife. De acordo com o sindicato dos donos das empresas de ônibus, 2 milhões de pessoas usam este meio de transporte diariamente na região metropolitana.

A categoria quer reajuste no salário e no vale-refeição. O Ministério Público do Trabalho, que faz a mediação entre patrões e empregados, propôs reajuste de 10% para os dois itens.

O sindicato dos rodoviários, no entanto, concorda apenas parcialmente com a proposta - quer aumento de 87% no auxílio-alimentação, que passaria de R$ 171 para R$ 320.

Já o sindicato patronal diz que só suporta reajustar em 5% o salário e o vale dos 17 mil empregados (22 mil, segundo o sindicato dos trabalhadores).

Hoje, motoristas recebem salário base de R$ 1.605, enquanto fiscais recebem R$ 1.038 e cobradores, R$ 738.


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