Folha de S. Paulo


Estado libera R$ 3 milhões para Santa Casa e exige abertura de contas

O governo do Estado liberou, de maneira emergencial nesta quarta-feira (23), R$ 3 milhões para a reabertura do pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo. O local foi fechado na tarde da terça-feira (22) pela entidade, que alega não ter dinheiro suficiente para custear o atendimento emergencial.

O secretário estadual da Saúde, David Uip, diz que a liberação de novos recursos está condicionada a realização de uma auditoria nas contas do centro médico que ao longo dos anos tem sofrido com o aumento expressivo de suas dívidas.

A auditoria, segundo o secretário, será feita por representantes do governo federal, estadual e municipal. Uip não deu um prazo para o início da análise das contas da Santa Casa.

A Santa Casa ainda não disse se reabrirá o pronto-socorro, como pede o governo do Estado.

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Para Uip, há uma má gestão nos recursos recebidos pela entidade. "A Santa Casa recebe, por exemplo, para fazer dez cirurgias e produz sete. A pergunta é: onde estão estas três cirurgias. Não estamos suspeitando de nada, porque gerir um hospital é muito difícil. Estamos dizendo que essa auditoria tem tom colaborativo", disse o secretário.

No total em 2013, a Santa Casa de São Paulo recebeu do governo federal e estadual mais de R$ 400 milhões. Nos primeiros cinco meses deste ano a entidade recebeu R$173 milhões das duas esferas.

"Ele [provedor da Santa Casa] diz que precisa de R$ 32 milhões por mês, mas estamos mostrando que eles têm R$ 34 milhões", afirmou Uip.

A instituição é o maior hospital filantrópico da América Latina, e informou que o motivo da interrupção nos atendimento é a falta de recursos para comprar medicamentos e materiais como seringas e agulhas. De acordo com o provedor do hospital, Kalil Rocha Abdalla, a Santa Casa tem uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores que se negam a entregar novas encomendas enquanto o valor não for pago.

Em nota, a assessoria de imprensa da Santa Casa disse que está tentando reverter a situação. Muitos pacientes chegaram ao local e não conseguiram atendimento na noite de terça e durante essa quarta-feira.

Por volta das 12h30, médicos, residentes e enfermeiros fizeram um protesto rápido na unidade de saúde onde carregavam cartazes com dizeres como "luto pela saúde".


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