Thais Marques teve apenas um filho legítimo, mas muitos outros "de coração". Alguns ela ajudava com problemas do dia a dia; outros ganharam até uma casa para morar.
Dois deles, Luiz e Janete, tinham um lugar especial na vida da paulistana, tanto que eram chamados de "irmão" e "tia" pelo filho, Rafael.
O bom coração de Thais também reservava espaço para os animais de estimação. Cachorros eram seus preferidos. Cinco vira-latas lhe faziam companhia até o final da vida, inclusive dividindo a cama. Dois deles vieram da rua ainda pequeninos trazidos por Rafael.
Os bichos também eram parte do seu trabalho. Havia uns 30 anos trabalhava nos biotérios do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Começou como técnica até ocupar o cargo de coordenadora.
No começo da carreira, quando, entre outras coisas, lavava as gaiolas dos animais, Thais acabou caindo no tanque cheio de água. Apesar de ser baixinha —tinha cerca de um metro e meio— e o reservatório, um pouco profundo, o susto foi menor que as brincadeiras dos colegas.
Era conversadeira, mas também gostava de ficar sozinha em casa. Era fanática por séries de TV, principalmente as de investigação. Filmes de terror e ficção completavam a diversão das horas de folga.
Uma de suas características era não ser apegada ao passado. Vivia "para a frente".
Morreu na sexta (18), aos 59, de complicações pós-operatórias durante o tratamento de um câncer. Deixa Rafael.
A missa do sétimo dia será às 18h de amanhã (24), na paróquia N. Sra. Aparecida, na Vila Sônia, São Paulo.