Folha de S. Paulo


Gilberto Antonio Mendes (1937-2014) - Andava 10 km 'sempre pra frente'

Todas as manhãs começavam da mesma forma para Gilberto Antonio Mendes, 77: com uma caminhada de dez quilômetros pela rodovia Raposo Tavares, na altura de Sorocaba, no interior paulista.

Os filhos não gostavam muito da ousadia do pai septuagenário —questionavam o local de treino, não a distância percorrida. Achavam que seria mais seguro dar as passadas ao redor de uma praça perto de casa. Gilberto desaprovava a ideia; dizia que era preciso andar "sempre em frente", não em círculos.

Por 30 anos, um mês e oito dias, prestou serviços à Polícia Militar. Fez parte da guarda de honra do Palácio dos Campos Elíseos, antiga sede do governo paulista. Segundo ele, o critério foi a aparência e o preparo físico.

Apesar de ter se aposentado como primeiro-sargento, foi chamado até o fim da vida de "Toninho Soldado".

São-paulino, orgulhava-se de ter participado da inauguração do estádio do Morumbi, em 2 de outubro de 1960.

Dividia a paixão pelo tricolor com a pesca e a observação de aeronaves —adorava vê-las cruzando o céu.

A mulher, Maria Lúcia, ele conheceu em um baile de campanha eleitoral. No último dia 2 de maio, já doente, comemorou os 50 anos de casamento com um almoço em família. Dançou até valsa.

Morreu no sábado (12), de câncer. Deixa a filha, Marli, e, do casamento com Maria Lúcia, os filhos David e Antonio —um terceiro é falecido. Teve cinco netos.

A missa do sétimo dia será realizada às 19h30 de hoje (19/7), na capela Nossa Senhora Aparecida, em Itaporanga (SP), sua terra natal.

coluna.obituario@uol.com.br


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