Folha de S. Paulo


Polícia Civil investiga elo da facção PCC com perueiros em São Paulo

A mais recente operação da Polícia Civil de São Paulo contra a facção criminosa PCC colheu pistas que reforçaram a suspeita de ligação de integrantes da quadrilha com cooperativas de transporte da capital paulista.

A partir das interceptações telefônicas ao longo dos últimos seis meses, a polícia avalia que Marivaldo Maia Souza, conhecido como Tio, dono de uma concessionária de veículos em Itaquera (zona leste), pode ser um dos principais elos da facção com as cooperativas controladas pelos perueiros.

As gravações indicaram que Tio comprava e vendia veículos para membros do PCC e também cedia espaço para reuniões de criminosos.

Os policiais agora investigam relatos de que ele comprava vans para membros da facção e, com ajuda de "laranjas", colocava os veículos em cooperativas de transporte.

Tio foi um dos 40 presos na operação "Bate Bola", que também resultou na apreensão de 102 kg de cocaína, 40 kg de maconha, além de armas (um fuzil entre elas) e carros (como um Porsche).

Os policiais apreenderam 16 veículos que estavam na concessionária de veículos de Tio. Na internet, a loja dá destaque para a venda de vans.

Editoria de Arte/Folhapress

Tio acabou aparecendo em duas investigações simultâneas do Deic (especializado em crime organizado). Na operação "Bate Bola" e, também, na apuração contra ataques a ônibus na capital.

Segundo a polícia, ele seria chefe de João dos Santos Souza, conhecido como Dão, também investigado por suposta ligação com a facção e que foi flagrado pela polícia participando de reunião na Transcooper
(cooperativa contratada pela prefeitura) em março.

Além dele e de outros 17 suspeitos de ligação com o PCC, a polícia encontrou nessa reunião Luiz Moura, deputado pelo PT. O parlamentar disse, mais tarde, que estava ali para dialogar com a categoria para evitar
greves.

Moura acabou afastado do PT. Ele tenta na Justiça disputar a reeleição. Como deputado, Moura não pode ser investigado pela polícia sem autorização judicial.
A polícia não informou à Folha se Tio já tem advogado e a sua identificação.


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