Folha de S. Paulo


Mais de um terço de droga apreendida era de Marcola, diz polícia

Mais de um terço da droga aprendida pela Polícia Civil de São Paulo na operação contra o PCC, deflagrada na semana passada, era de propriedade do chefe máximo da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, segundo o governo de São Paulo.

Dos 102 quilos de cocaína, segundo os policiais, 40 eram de propriedade de Marcola, chamado entre os criminosos de Russo. O apelido seria uma referência ao discurso "marxista" do chefe do PCC, segundo a polícia.

Esses foram alguns dos detalhes apresentados pelo governo de São Paulo nesta terça-feira (15) sobre a operação batizada de Bate Bola e que levou 40 pessoas à prisão (duas delas eram adolescentes).

A operação foi batizada assim em referência ao termo utilizado pelos criminosos para ser referir aos bilhetes que os chefes da facção trocam para se comunicar com o lado de fora dos presídios.

Por meio de bilhetes entregues a visitantes nos presídios, a cúpula da facção conseguia ter controle sobre a venda de drogas.

De acordo com secretário da Segurança, Fernando Grella Vieira, e o promotor do Gaeco do ABC Lafaite Ramos (que participou das investigações) haverá um pedido de internação de Marcola no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). "O Ministério Público batalhará para isso", disse Ramos.

Essa possibilidade havia sido revelada pela Folha nesta terça-feira.

O RDD é um regime de prisão mais rígido, onde o detento não tem direito a visitas íntimas, fica em isolamento e sem acesso ao noticiário.

A investigação contra a facção vinha sendo desenvolvida havia seis meses e buscou atingir o chamado "centro operacional e financeiro" da facção responsável pelo comércio de droga estimados em cerca de R$ 7 milhões mensais.

Entre as 40 suspeitos presos desde a semana passada, a polícia lista como um dos mais importantes o dono de uma concessionária Marivaldo Maia Souza, o Tio, com quem foram apreendidos veículos de luxo estimado em até R$ 450 mil, como um Porshe Cayenne).

A polícia também tenta prender dois suspeitos de integrar a facção fora do país. Um deles no Paraguai e outro nos Estados Unidos. Alertas vermelhos foram emitidos à Interpol para tentar prendê-los.


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