Folha de S. Paulo


Unesp e Unicamp propõem dar benefícios para acabar com a greve

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) querem dar ou aumentar benefícios com alimentação de seus professores e funcionários para acabar com a greve que já se estende desde o dia 27 de maio.

A USP foi a única universidade que não fez uma proposta alternativa na intenção de que seus funcionários voltem ao trabalho.

No ofício da Unicamp, enviado na segunda-feira (7) aos grevistas, o reitor José Tadeu Jorge propôs conceder auxílio refeição igual ao da USP, que atualmente é de R$ 29 por dia útil. Mas isso só será feito quando a greve for encerrada. Servidores da universidade ainda não têm esse benefício.

Sob a mesma condição, ele também promete retomar as negociações para equiparar os salários de funcionários da Unicamp aos dos trabalhadores da USP.

Nesta quinta-feira (10), a Adunicamp, que representa os professores, afirmou que a categoria aceita negociar com a administração, mas eles pedem que o reitor prorrogue o calendário escolar para dar tempo de concluir o semestre.

Outro pedido é que José Tadeu Jorge conceda um abono salarial fixo equivalente a um reajuste de 5,2%, que não foi dado.

As solicitações dos grevistas foram encaminhados nesta quinta à reitoria. Segundo o presidente da associação, Paulo Cesar Centoducatte, eles aguardam agora uma reunião com o reitor.

"Nesse caso, como [o reitor] Tadeu sempre disse que está disposto a conversar, então, que a gente faça essa discussão, mas vamos ver o que ele está disposto a aceitar", disse Centoducatte.

UNESP

Em reunião na terça-feira (8), convocada pela reitoria, a Unesp propôs a professores e funcionários o aumento do vale alimentação de R$ 600 para R$ 850, também sob a condição de fim da greve, além de retomada de negociação de pautas específicas das categorias.

Segundo o presidente da Adunesp, João da Costa Chaves Jr., uma plenária na segunda-feira (14), em Botucatu, reunirá representantes dos vários campi da Unesp e deve analisar a proposta.

"A repercussão dessa proposta vai ser negativa. A comunidade esperava, no mínimo, que se abrissem negociações", destaca ele.

Em 2013, o reajuste concedido aos professores das três universidades estaduais paulistas foi de 5,39%, equivalente à inflação medida pela Fipe entre maio de 2012 e maio daquele ano.

A reivindicação atual é por aumento de 6,78% correspondentes à inflação do período medida pelo Dieese e mais 3% para reposição de perdas.

O salário de um professor titular, em regime de dedicação integral, na USP é mais de R$ 13,6 mil.


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