Folha de S. Paulo


Grevistas das universidades públicas de SP marcam ato na praça da Sé

Em greve há três semanas, professores e funcionários de USP, Unicamp e Unesp marcaram uma manifestação para a próxima quarta-feira (18), na praça da Sé, no centro de São Paulo.

O ato começa ao meio-dia e deve se estender até a noite com debates e atividades culturais, de acordo com o coordenador do Fórum das Seis (entidade que congrega os sindicatos da USP, Unicamp e Unesp), Francisco Miraglia.

"O objetivo é divulgar a necessidade de ampliar a educação pública, gratuita e de qualidade não só no ensino superior mas também no básico", afirma Miraglia, que também é professor da USP.

A manifestação deve reunir grevistas e estudantes das três universidades, que estão parcialmente paralisadas desde o fim de maio, quando parte dos professores e dos funcionários cruzaram os braços.

GREVE

Eles reivindicam 9,78% de reajuste salarial –6,78% de inflação, mais 3% de recomposição de perdas históricas. Tradicionalmente, a reposição salarial ocorre em maio. Em 2013, foi de 5,39%.

Neste ano, o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) congelou as negociações até setembro, alegando que as instituições passam por uma crise orçamentária.

Segundo a entidade, o gasto com a folha de pagamentos está acima do aceitável, que seria de 85% –Unicamp e Unesp consomem mais 95% de seus recursos em salários, enquanto na USP o montante chega a 105%, o que a obriga a usar suas reservas.

Esta é a primeira vez em dez anos que os professores da USP param por salário. Em 2004, a reitoria não concedeu reajuste aos docentes, que ficaram 65 dias paralisados.

Houve outras duas paralisações: em 2007, contra decreto que, alegavam, tirava autonomia das universidades; e, em 2009, contra a presença da PM no campus.


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