Folha de S. Paulo


SP vai retirar até 40 mil vagas de estacionamento para fazer ciclovias

A Prefeitura de São Paulo afirmou que pretende retirar até 40 mil vagas de estacionamento na cidade para a construção de ciclovias.

A informação foi dada pelo secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. O custo por km para a construção das ciclovias, segundo Tatto, é de R$ 200 mil.

A prefeitura prometeu construir 400 km de vias cicláveis (ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas) até o fim da gestão Fernando Haddad (PT). Agora, a meta se tornou mais ousada. Tatto afirmou que contruirá essa quilometragem só de ciclovias, que é permanente segregada e exige investimento muito maior.

Há em São Paulo atualmente 63 km de ciclovias. Na cidade, há 38.911 vagas de estacionamento zona azul, sendo 34.577 vagas para veículos convencionais, 1.477 exclusivas para caminhões, caminhonetes e veículos mistos, 845 para DEFIS, 1.917 vagas exclusivas para idosos e 95 de fretamento. A CET não sabe informar quantas vagas livres existem em São Paulo.

Um mecanismo permitindo a retirada das vagas, incluindo as de zona azul, é uma demanda de cicloativistas no novo Plano Diretor.

Na terça-feira (3/6), eles se reuniram com moradores da Comissão de Mobilidade Humana, na Câmara Municipal, para tratar do tema.

O principal assunto, porém, foi a cobrança pela reserva de verba para a criação de malha cicloviária no Plano Diretor.

O plano é o conjunto de regras para o crescimento da cidade nos próximos 16 anos, que deve ser votado até a Copa do Mundo.

Os ciclistas querem garantir uma parte do do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano) para a implantação do sistema cicloviário. A previsão de verba no fundo para este ano é de R$ 498 milhões.

As principais entidades de incentivo ao uso de bicicletas da capital fizeram um abaixo-assinado na semana passada, que conseguiu cerca de 18 mil assinaturas.

"Queremos garantir os recursos para que o prefeito [Fernando Haddad] cumpra suas metas", diz Daniel Guth, diretor de participação da Ciclocidade (Associação de Ciclistas Urbanos).

Guth afirmou que a maioria das demandas dos ciclistas deverá entrar no plano. No entanto, segundo ele, os vereadores ainda estudam como atender à demanda de vinculação de verba, provavelmente incluindo a reserva para ciclovias na mesma categoria do dinheiro para melhoria das condições para os pedestres.

O relator do plano, vereador Nabil Bonduki (PT), afirmou ser simpático à ideia.

"Uma das prioridades do plano é a mobilidade não motorizada", afirmou o relator do Plano Diretor, vereador Nabil Bonduki.

Bonduki disse, porém, que ainda tem de consultar o poder executivo sobre a reserva de receita, já que esse tipo de medida normalmente é vista como algo que "amarra" a execução orçamentária.

Segundo ele, o texto final do plano incluirá várias demandas dos ciclistas. Uma das principais está o dispositivo que prevê a construção de ciclovias junto aos corredores de ônibus.


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