Folha de S. Paulo


Polícia diz que publicitário foi flagrado queimando corpo de zelador

O corpo do zelador Jezi Lopes Sousa, 63, foi encontrado ontem (2), esquartejado e queimado, numa casa de Praia Grande (litoral paulista). Sousa estava sumido desde sexta (30), quando foi visto no prédio onde trabalhava havia cinco anos, na Casa Verde (zona norte de São Paulo).

O acusado do crime é o publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, 47, morador do edifício. A polícia disse que ele foi flagrado ontem queimando as vísceras de Sousa num tambor na casa do pai, no litoral.

Segundo a polícia, ele confessou o crime e contou que já tinha queimado cabeça, pernas e tronco na churrasqueira.

A polícia investiga se a mulher dele, a advogada Ieda Cristina Cardoso da Silva Martins, 42, participou do crime. Ela nega. O advogado do casal não quis dar entrevista.

O publicitário disse que discutia com o zelador porque ele furtava jornais de sua porta, de acordo com a polícia.

Sousa morava no próprio prédio, com a mulher e a filha. A família afirmou que as discussões eram constantes havia ao menos dois anos.

Conforme o depoimento, Martins se deparou com Sousa no corredor assim que abriu a porta e ambos discutiram, chegando a trocar socos.

O publicitário relatou que, na briga, Sousa caiu e bateu com a cabeça na maçaneta, o que teria causado sua morte.

A família estranhou o sumiço do zelador na sexta. Imagens das câmeras de segurança do prédio mostraram Sousa saindo de um dos elevadores, às 15h40. Depois, ele não aparece mais na gravação.

A polícia foi procurada no sábado. Depois disso, um vizinho contou ter ouvido gritos no 11º andar, onde fica o apartamento do publicitário.

Com a gravação integral das câmeras, a polícia verificou que o publicitário deixou o local com uma mala.

A polícia pediu a prisão temporária de Martins e da mulher, que, segundo a investigação, aparece nas cenas ajudando a pôr a mala no carro. O casal tem um filho de 11 anos.

Ieda, que se apresentou à polícia, afirmou que, ao chegar do trabalho na sexta, o marido lhe disse que na mala havia roupas para doação e que tinha de ir a Praia Grande, pois seu pai se sentia mal. Voltou no sábado, com a mala.

A PM, avisada pela filha da vítima, foi ao apartamento, mas só achou roupas. No domingo, ele voltou ao litoral.

"Para nós foi algo proposital", disse o delegado Ismael Rodrigues. "Quem mata por acidente chama por socorro, não corta o corpo com um serrote no domingo."

Marco Ambrosio/Folhapress
O publicitário Eduardo Tadeu Martins, 47, é preso em Praia Grande (litoral de SP) sob suspeita de matar o zelador de seu prédio
O publicitário é preso em Praia Grande (litoral de SP) sob suspeita de matar o zelador de seu prédio

Endereço da página:

Links no texto: