Folha de S. Paulo


Secretário diz que greve afeta ao menos 250 mil passageiros em SP

O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, disse na tarde desta terça-feira (20) que ao menos 250 mil pessoas foram afetadas diretamente pela greve de cobradores e motoristas que ocorre em São Paulo. A afirmação foi feita quando nove terminais de ônibus estavam parados. No início da noite, esse número subiu para 15.

A SPTrans afirma, porém, que os cerca de 4,5 milhões de passageiros que usam ônibus diariamente foram afetados pela paralisação. A empresa justifica que todas as pessoas que usam coletivos foram prejudicadas ao menos indiretamente, pelas faixas e corredores exclusivos bloqueados ou dependência de mais de uma linha para fazer o trajeto de casa ao trabalho.

A PUC-SP decidiu suspender as aulas em todos os seus campi localizados na capital paulista na noite desta terça-feira (20) por conta dos protestos e paralisações que afetam o trânsito e o funcionamento do transporte público desde a manhã.

Em nota, a instituição afirmou que "em virtude do transtorno causado pela paralisação do transporte público na capital, e das manifestações em diversos pontos da cidade, a PUC-SP suspende as aulas do período noturno nos campi Monte Alegre, Consolação, Ipiranga e Santana e na unidade Cogeae".

IMPASSE

Segundo o sindicato da categoria, trata-se de um protesto de um grupo dissidente que não concorda com o acordo salarial fechado com as empresas de ônibus. A proposta acordada com as companhias prevê um reajuste salarial de 10%, além de aumento nos valores do vale-refeição e na participação nos lucros.

"A gente conseguiu uma luta que vinha realizando há mais de 10 anos, que é a insalubridade e o direito dos trabalhadores se aposentarem aos 25 anos de trabalho. Isso é uma conquista de 10 anos. A categoria teve o direito reconhecido. Além disso, tivemos 10% de aumento, o ticket foi para R$ 16,50, a nossa cesta básica que era fornecida pelas empresas de péssima qualidade será melhorada", afirmou Francisco Xavier da Silva Filho, diretor executivo do sindicato dos motoristas.

Atualmente, o piso salarial de motoristas é de R$ 1.955, e o de cobradores, R$ 1.130. A proposta de reajuste salarial foi aprovada pela categoria em assembleia nesta segunda-feira (19). Os manifestantes pedem um reajuste de pelo menos 33%, vale refeição de R$ 22 -atualmente o valor é de R$ 15,30- e melhorias na cesta básica e plano de saúde da categoria.


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