Folha de S. Paulo


Ferroviários aceitam parcialmente proposta da CPTM e suspendem greve

Os ferroviários aceitaram parte da proposta feita pela CPTM na tarde desta segunda-feira e decidiram suspender a greve marcada para a 0h desta terça (20). A categoria, porém, diz que mantém o estado de greve e espera poder negociar outros pontos de reivindicações.

Em reunião no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), a empresa propôs reajuste salarial de 7,5% –em negociações anteriores, o percentual proposto foi de cerca de 4% e depois de 7%. Também foram oferecidos outros benefícios como aumento do vale-alimentação para R$247 e correção do auxílio materno-infantil em 7,5%.

O diretor do sindicato Central do Brasil José Floriano Araújo afirmou que alguns termos propostos pela CPTM foram aceitos como o reajuste do vale-alimentação e a mudança em algumas nomenclaturas de alguns cargos. Ele aponta, porém, que o reajuste salarial não foi aceito, o que mantém a categoria em estado de greve.

O TRT já afirmava após a reunião desta segunda-feira que o PCS (Plano de Cargos e Salários), o PPR (Programa de Participação nos Resultados) e o piso salarial dos engenheiros são pontos que necessitam de mais discussões. "Em relação ao PPR, por exemplo, a CPTM ofereceu, na semana passada, o valor mínimo de R$ 3.500 atrelado ao atingimento de metas, o que foi rejeitado pela categoria."

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias afirmou que a greve foi suspensa, mas não detalhes do que foi decidido na assembleia. Na reunião realizada hoje no Tribunal, foi criada ainda uma comissão paritária com a participação de trabalhadores e de representantes da CPTM com o apoio do Núcleo de Conflitos Coletivos do TRT.

METRÔ

Os metroviários também estão em estado de greve desde o início da semana e suspenderam a partir de hoje as operações "Plataforma", que auxilia os passageiros durante embarque e desembarque; e "Embarque Melhor", que reserva os primeiros e últimos vagões para o embarque preferencial.

O Metrô informou, em nota, que a suspensão dessas operações "coloca em risco a segurança dos 4,6 milhões de usuários transportados diariamente e a operação do sistema". No início da noite de hoje, a estação República apresentou filas nas catracas, o que foi atribuído a ação dos metroviários pela empresa.

O sindicato dos metroviários, porém, afirmou que as ações propostas pela categoria para chamar a atenção para suas reivindicações não são capazes de prejudicar o sistema ou causar filas entre usuários. Uma reunião de negociação está marcada para a próxima segunda-feira (19) e uma assembleia da categoria para o dia 20.

"A mobilização do sindicato é deflagrada durante o processo de negociação de um acordo coletivo de trabalho, no qual o Metrô tem se mantido aberto ao diálogo e buscado um resultado que seja satisfatório para todos. A atitude do sindicato é irresponsável e somente prejudica a prestação dos serviços do Metrô à população", afirmou a empresa.


Endereço da página: