Folha de S. Paulo


Estamos no limite do orçamento, diz Haddad sobre pedido de professores

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nessa sexta-feira (16) que a Prefeitura de São Paulo já fez a maior oferta possível de aumento para os professores. Em greve há quase um mês, a principal reivindicação da categoria é de que o abono complementar salarial de 15,38% seja incorporado ainda este ano.

Segundo a prefeitura, não há dinheiro para que isso seja feito. A administração se compromete em iniciar a incorporação salarial a partir de 2015, "em montantes e velocidade negociados e definidos a partir da análise transparente das contas".

"Nós temos o maior piso do Brasil. Imagine você se todos os professores do Brasil forem entrar em greve. Esse é o maior piso nacional, dito pela CNTE [Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação]. Nós estamos no limite das nossas possibilidades orçamentárias", disse Haddad.

De acordo com o prefeito, foi dado um aumento de 26% aos profissionais de educação nos últimos 16 meses. "Eu desafio qualquer categoria a dizer que teve 26% de aumento em 16 meses, do país inteiro. Esse ano 13%, o ano passado outros 13%, foram 26% de aumento e o maior piso do Brasil", afirmou o prefeito.

Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), a maior entidade representativa da categoria, rebate a declaração do prefeito. "O orçamento da cidade cresceu. Eu acho que falta um esforço por parte da prefeitura. Antes dele afirmar que daria 15% de abono a conversa era de que a prefeitura não tinha dinheiro", afirmou.

Com o novo percentual de bônus, o piso salarial dos professores com jornada semanal de 40 horas/aula passará a ser de R$ 3.000. A proposta de abono foi encaminhada para a Câmara da cidade e ainda não tem data para ser apreciada pelos vereadores.

De acordo com um balanço divulgado pela Secretaria de Educação de São Paulo, ontem 81 escolas não tiveram aulas por causa da greve dos professores. A pasta não soube informar quantos alunos estão sendo afetados diretamente pela paralisação dos docentes.

Ontem cerca de 5.000 professores, segundo estimativa da Polícia Militar, protestam em frente à secretaria, na região da Vila Mariana, zona sul de São Paulo. A rede municipal de ensino tem cerca de 60 mil professores.

Além da incorporação do abono no salário dos professores ainda este ano, os docentes ainda pedem melhores condições de trabalho e mais segurança nas escolas.

"São diversos itens na pauta. Muitos deles não exigem esforço orçamentário. A prefeitura precisa ver tudo isso", disse o presidente do Sinpeem.

Davi Ribeiro/Folhapress
Professores municipais fizeram protesto em SP na quinta-feira (15)
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