Irene foi parte de uma família profundamente ligada à expressão artística, seja em palavras ou imagens.
Última irmã ainda viva do dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980), era filha do jornalista Mário Rodrigues.
Nasceu no Recife, mas devido à perseguição política contra o pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi criada e morou até o fim da vida.
Teve 13 irmãos. Além de Nelson, vale lembrar dos jornalistas Roberto e Mário Filho (que dá nome ao estádio do Maracanã), e do cineasta Milton Rodrigues.
O ambiente culturalmente estimulante levou Irene a se tornar caricaturista. Colaborou com a imprensa na década de 1940, até perder o interesse pelas ilustrações.
Apaixonou-se pelo motorista da família, Chico. O namoro se transformou num casamento de 60 anos.
Chico Torturra, morto em 2008, foi um importante cinegrafista brasileiro, realizador do Canal 100, cinejornal de futebol que abria sessões de cinema.
Irene foi tenista e chegou a participar de campeonatos. Mas era o canto lírico uma de suas grandes paixões. Entre seus músicos favoritos, estavam o italiano Pavarotti e a intérprete lírica Bidu Sayão.
Seu neto Bruno lembra da avó cantando no último Natal. Foi ela quem o ensinou a ler e escrever. "Ela falava 'brincar de letrinha', então íamos encaixando letra e som".
Extremamente carinhosa, visitava a família todos os dias. Quando perguntavam se estava feliz, a resposta ouvida nunca foi um não.
Deixa duas filhas, três netos e dois bisnetos. Morreu no dia 5, aos 93 anos, de velhice.
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