Folha de S. Paulo


Nível do sistema Cantareira chega a 8,8% da capacidade total

O nível do sistema Cantareira, que no domingo (11) ficou abaixo de 9% pela primeira vez, atingiu 8,8% de sua capacidade nesta segunda-feira (12).

Segundo o boletim técnico divulgado pela Sabesp, desde o início do mês choveu 0,6 mm na região –a média para maio é de 83,2 mm.

Em uma semana o reservatório perdeu 1,2 pontos percentuais de sua capacidade. Com este ritmo de queda, a capacidade do Cantareira chegaria a 0% na última semana de junho, em plena Copa do Mundo. Na semana em questão, São Paulo receberá um jogo das oitavas-de-final do Mundial.

A cidade de São Paulo já está há quase 30 dias sem chuva significativa, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura. E as simulações meteorológicas não são nada animadoras, garantem os especialistas do centro.

Previsões indicam chuvas significativas apenas a partir do próximo dia 20, por conta da passagem de mais uma frente fria pelo Estado.

Para "salvar" o reservatório, o governo do Estado promete entregar nesta quinta-feira (15) as obras para utilização do chamado "volume morto" –reserva de água na zona mais funda das represas que por ficar abaixo da tubulação que capta o líquido dos reservatórios ela precisa ser bombeada para a superfície. Técnicos da Sabesp dizem que a obra elevará o nível do Cantareira em 18,5%.

O problema, segundo especialistas, é que o uso do "volume morto" das represas do sistema Cantareira vai atrasar a recuperação dos reservatórios quando a chuva voltar. Isso se deve a uma espécie de "efeito esponja", que ocorre em áreas muito secas que voltam a receber chuva.

O sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de parte da capital e de municípios da Grande São Paulo. No total, mais de 8 milhões de pessoas recebem água do Cantareira diariamente. O reservatório ainda atende municípios da região de Campinas, no interior do Estado.


Endereço da página:

Links no texto: