Folha de S. Paulo


Bagagens demoram a chegar na abertura de novo terminal em Cumbica

O novo terminal do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), começou a funcionar na manhã deste domingo com um velho problema: as bagagens dos passageiros demoraram a chegar à esteira.

A situação ocorreu com o voo 506 da Lufthansa, de Frankfurt, o primeiro a parar no terminal 3, às 5h17 -22 minutos atrasado. "Demorei uma hora e cinco minutos entre o avião pousar, pegar minha bagagem na esteira e sair para o saguão. O terminal é novo, mas o problema é velho", disse a advogada Christy Lopes, 34, um dos 394 passageiros.

No mesmo voo, a bióloga Luciana Montenegro, 35, diz ter esperado 35 minutos pelas malas. Isso porque, diz, tinha prioridade na chegada das bagagens por ter viajado na classe executiva e com uma criança de colo, o filho Gabriel, de dois anos e meio. A da tecnóloga Madá Ceccato, 65, levou cerca de 40 minutos, disse. Em voos internacionais, o aceitável é que uma bagagem chegue entre 18 e 35 minutos.

A concessionária GRU Airport, responsável pelo aeroporto, disse que as esteiras e seu sistema de processamento de bagagens funcionaram normalmente. A falha, segundo a concessionária, se deu no transporte de bagagens do porão do avião até a esteira.

Chamado de "ground handling", esse serviço é de responsabilidade das companhias aéreas, não do aeroporto. No caso da Lufthansa, foi feito por uma terceirizada, a Orbital.
A Folha não conseguiu contato com a Lufthansa nem com a Orbital até o momento.

A GRU Airport disse que apenas o primeiro voo foi afetado. Nos demais (um da Lufthansa de Munique, outro da Swiss de Zurique e um da TAP, de Lisboa), não houve anormalidades
O sinal de celular em telefones Vivo foi outro empecilho no primeiro dia; no desembarque, não havia sinal. Nas outras operadoras, o telefone funcionou. Madá Ceccato disse que não conseguiu falar com o marido, ambos assinantes Vivo. A previsão é que a situação seja corrigida nos próximos dias.

ELOGIOS

A despeito dos problemas, os passageiros elogiaram o terminal 3, mais amplo, bem iluminado e com mais espaço para as esteiras do que os terminais 1 e 2. "Meu marido mora em São Petersburgo e viajo muito para o exterior. Esse terminal não fica nada a dever para os da Europa", disse Luciana Montenegro.

Recepcionada por cerca de 30 familiares vindos de Taubaté, alguns deles com faixas de boas-vindas, a aposentada Kazuo Thimótheo, 78, que passou três meses na Estônia com uma filha, achou o terminal 3 "bem melhor" do que os demais. Uma de suas filhas, a oficial de Justiça Eliete Neves, com uma bota ortopédica, sentiu falta de lugares para se sentar. O desembarque segue conceito comum em aeroportos do exterior, mas estranho ao público brasileiro, sem assentos nos saguões de embarque e desembarque.

Os passageiros foram recepcionados com um café da manhã oferecido pela concessionária, próximo das esteiras de bagagens. Havia doces, salgados, café e prosecco. Receberam também uma ilustração do terminal. Os passageiros de Lisboa ganharam outra surpresa: uma equipe fez fotos dos passageiros ainda em Portugal e as enviou para o Brasil, onde um time de ilustradores transformou as imagens em desenhos para lhes entregar no desembarque.


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