Folha de S. Paulo


Anistia Internacional pede apuração de mortes na favela Pavão-Pavãozinho

A Anistia Internacional Brasil emitiu nota na tarde desta quinta-feira (24) em que pede empenho na investigação das mortes do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira e de outro rapaz, Edilson Silva dos Santos, ocorridas na terça-feira na favela do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na zona sul do Rio. "As mortes de Douglas Rafael da Silva Pereira e Edilson Silva dos Santos devem ser devidamente investigadas e os autores responsabilizados", informou.

Além de chamar a atenção para as circunstâncias dos crimes, a Anistia Internacional menciona que "infelizmente, o índice de homicídios de jovens em territórios de favelas e periferias é alarmante" e que "a polícia brasileira está entre aquelas que mais matam no mundo, segundo dados da ONU". O órgão prossegue registrando que "entre os jovens, a proporção de mortes é duas vezes maior se comparada com a idade adulta" e que 78% das vítimas são negras.

Por fim, a nota pede que "seja reconhecida a necessidade urgente de mudanças estruturais na organização das polícias, que incluam a sua desmilitarização, o aumento da transparência e a implementação de um controle externo efetivo das atividades policiais".

Um protesto de moradores da Pavão-Pavãozinho terminou com um adolescente apreendido na tarde de hoje. Segundo a Polícia Militar, ele teria jogado pedras nos policiais e foi encaminhado à 13ª DP, em Copacabana.

Um grupo de pessoas que participou do enterro do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, 26, o DG, no cemitério São João Batista, em Botafogo, percorreu as ruas Siqueira Campos, Barata Ribeiro, Santa Clara e a avenida Nossa Senhora de Copacabana após a cerimônia.

DG foi encontrado morto no início da semana após um tiroteio na comunidade Pavão-Pavãozinho. Ele foi atingido por um tiro e o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou não descartar a participação de PMs na morte. A mãe do rapaz diz que ele foi torturado.


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