Folha de S. Paulo


Com greve da PM, Dilma enviará Exército para fazer segurança na BA

Com a Polícia Militar em greve desde a noite desta terça-feira (15), Salvador vai receber ainda hoje 5.000 homens do Exército, que desembarcam na capital baiana para suprir a ausência dos policiais nas ruas.

A presença dos militares na capital baiana foi autorizada pela presidente Dilma Rousseff, que assinou nesta quarta-feira (16) o decreto autorizando a atuação das Forças Armadas na segurança pública no Estado, governado pelo também petista Jaques Wagner.

A Polícia Militar da Bahia decidiu na noite de terça (15) entrar em greve por tempo indeterminado após não aceitar a proposta de reestruturação de carreira da corporação apresentada pelo governo.

Com a paralisação, a capital baiana viveu uma manhã caótica. Lojas do centro e da periferia de Salvador foram saqueadas, grandes redes de eletrodomésticos e supermercados tiveram unidades arrombadas, a frota de ônibus do transporte coletivo foi reduzida e escolas e faculdades ficaram sem aulas.

O comando da greve da Polícia Militar estima que pelo menos 80% dos 34 mil policiais baianos tenham aderido à paralisação.

ILEGAL

Hoje de manhã, a Justiça baiana acolheu uma ação cautelar do Ministério Público que considera ilegal a greve dos policiais.

Ajuizada pelo procurador-geral de Justiça Márcio José Cordeiro Fahel, a ação tem como alvo o governador da Bahia e seis associações representativas dos policiais militares, incluindo a Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros e de Seus Familiares), comandada pelo vereador de Salvador Marcos Prisco (PSDB).

A decisão judicial, concedida liminarmente pelo desembargador plantonista Roberto Maynard Frank, determina que os policiais retomem as atividades imediatamente, sob pena de uma multa diária de R$ 50 mil para cada uma das seis associações arroladas no processo.

A liminar também determina que o governador realize um plano de contingenciamento da segurança pública imediato em todo o Estado.


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