Folha de S. Paulo


Após protesto contra a Copa, 4 pessoas permanecem detidas em SP

Das 54 pessoas detidas na noite de terça-feira (15) após mais um ato anti-Copa, em São Paulo, ao menos quatro permanecem no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Os outros 50 manifestantes serão liberados, de acordo com a polícia.

Segundo a Polícia Civil, dois jovens e dois adolescentes foram flagrados pela Polícia Militar quebrando agências bancárias.

O ato, que começou pacífico, acabou tendo um confronto já quando os manifestantes começavam a dispersar, perto da estação Butantã do metrô, na zona oeste de São Paulo. A confusão teve início quando um grupo de "black blocs" provocou depredações e jogou pedras contra a polícia.

Ao menos duas agências bancárias tiveram os vidros quebrados e duas bombas caseiras também foram jogadas contra os policiais, que revidaram com cassetetes. Antes disso, algumas pessoas já tinham pichado ônibus, muros e um relógio de rua no percurso.

Ao todo, a polícia estima que o ato tenha reunido 1.500 pessoas. Com o início do confronto, muitos manifestantes correram em direção a estação Butantã do metrô. A PM cercou o local e interrompeu a entrada de pessoas momentaneamente. Manifestantes na estação tiveram que fazer uma fila para serem revistados.

INÍCIO PACÍFICO

Assim como nos dois últimos atos contrários a Copa do Mundo na capital paulista um grupo de mascarados fez um cordão de isolamento que os deixou afastados dos policiais militares durante a maior parte da passeata. Isso havia evitado confronto em outros atos.

Segundo a Polícia Militar, cerca de mil homens da corporação acompanharam o protesto. Antes do início da passeata, os manifestantes fizeram faixas no vão livre do Masp. Um grupo chegou a queimar uma bandeira do Brasil no local.

Além de mensagens contra a Copa, as faixas carregadas pelos manifestantes também traziam mensagens contra a precariedade na saúde e lembravam a pesquisa do Ipea sobre estupro, afirmando que "nenhuma mulher merece ser estuprada e nem maltratada nos serviços de saúde".

Com a cobertura da mídia estrangeira, os manifestantes também fizeram faixas com inscrições em inglês. Em uma delas, a tradução era "se não tiver hospital, não vai ter Copa".

Grupo anti-homofobia também participou do ato com gritos de "as bi, as gay, as travas e as sapatão na luta organizada contra a Copa do patrão".

Alguns manifestantes também fizeram maquiagem muito parecida com ferimentos para denunciar a violência policial. Um grupo em bicicletas também participou do protesto.

Os organizadores do ato afirmaram que um novo ato anti-Copa está marcado para o dia 29 de abril. O local ainda não foi informado.

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