Dois homens foram detidos neste sábado por desacato durante protesto que fechou a Linha Amarela, na zona norte do Rio. O ato aconteceu após a morte de um jovem por militares que integram a força de pacificação do Complexo da Maré, liderada pelo Exército.
A identidades dos dois detidos não foi revelada. Um deles é ex-paraquedista do Exército. Ambos estão na 21º DP (Bonsucesso), na zona norte do Rio.
O Exército divulgou no fim da tarde de hoje o nome do rapaz morto durante o tiroteio com militares. Segundo o Comando da Força de Pacificação, Jeferson Rodrigues da Silva, 18, resistiu à prisão e trocou tiros com os militares. Seu corpo foi encaminhado para o IML.
Essa é a primeira morte desde que o Exército entrou na Maré, há uma semana. A ação mobiliza mais de 1.500 militares e tem o objetivo de preparar a região para a instalação de UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora).
O complexo de favelas fica situada entre as principais vias de acesso ao Rio como a Linha Vermelha, que liga o aeroporto internacional ao centro da cidade.
Os militares envolvidos na ação que resultou na morte de Silva chegaram à delegacia por volta das 16h, onde prestarão depoimento.
Uma moradora do local, que não quis se identificar, disse que a vítima não era bandido e trabalhava num lava-rápido. "Ele lavava meu carro todas as semanas", afirmou.
Já funcionários de uma oficina mecânica ao lado do lava-rápido não conheciam o rapaz, que aparentava ter 20 anos e era conhecido apenas pelo apelido e o primeiro nome, Jeferson.