Anos eleitorais eram motivo de celebração para Arthur Brenneisen. Não que ele fosse grande fã de política, mas gostava de aumentar o seu recorde de mesário mais antigo do Estado de São Paulo.
Ao todo, foram 54 anos de serviço prestado, grande parte deles depois de voluntariar-se à função. Mesmo que não fosse convocado, ia até o cartório pedir para trabalhar.
Dizia que continuava trabalhando pela amizade com os eleitores e a possibilidade de ajudar o próximo.
Orgulhava-se do fato do eleitor não pegar filas em sua seção, já que trabalhava rapidamente.
"Comecei por acaso", disse Brenneisen à Folha há dez anos, sobre como teria virado mesário em 1958.
Segundo ele, quando foi transferir o título de Limeira para São Paulo, encontrou uma fila muito grande.
"Um amigo do TRE (Tribunal Eleitoral Regional) me levou para uma fila menor. Quando vi, tinha transferido o título, mas também tinha virado mesário."
Arthur atuou durante décadas na 248ª zona eleitoral, em Itaquera, bairro em que morou a partir da década de 1940. Quando chegou ali, o local era praticamente uma zona rural e seus habitantes se referiam ao centro de São Paulo apenas como "a cidade".
Os amigos e familiares lembrarão de Arthur como compositor de boleros e samba-canções que eram cantados ao som de seu violão em festas do bairro. Adorava quando lhe pediam para tocar Nelson Gonçalves, o que era prontamente atendido.
Morreu de insuficiência cardíaca, aos 85 anos, em São Paulo. Viúvo, deixa três filhos e quatro netos.
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