Folha de S. Paulo


Após nova proposta, agentes penitenciários decidem encerrar greve

Os agentes penitenciários do Estado de São Paulo decidiram na noite desta quarta-feira encerrar a greve iniciada no último dia 10. O fim da paralisação foi determinado após uma nova reunião, na tarde de hoje, em que foi apresentada uma nova proposta à categoria.

A proposta foi apresentada pelo procurador Roberto Rangel Marcondes, do Ministério Público do Trabalho, em reunião com os três sindicatos da categoria e com representantes do governo paulista. Ontem, um encontro entre as partes tinha sido encerrado sem avanços.

Nesta quarta-feira, porém, o governo acatou a proposta apresentada e que prevê a redução de um nível da categoria, que passará de oito para sete; aceleração do avanço na carreira, com a diminuição do interstício entre os níveis; e aumento salarial de 7,7% a 11,9% conforme a classe do funcionário.

Os agentes penitenciários estavam pedindo até então reajuste salarial de 20,64%, redução de oito para seis classes e aposentadoria especial com 25 anos de carreira. A nova proposta, porém, foi encaminhada à assembleia, que decidiu pelo retorno ao trabalho.

De acordo com a categoria, foram feitas 19 assembleias em todo o Estado, sendo que 11 delas decidiram pela volta ao serviço. Ao todo, eram esperadas 20 assembleias, mas ela acabou não sendo feita em Getulina. A causa não foi informada.

As assembleias que queriam a continuidade da greve ocorreram em Suzano, Itapetininga, Sorocaba, Presidente Prudente, Lucélia, Ribeirão Preto, Taubaté e na cidade de São Paulo. A maioria, no entanto, decidiu pela volta ao trabalho.

PIQUETES

Na semana passada, grevistas promoveram piquetes em alguns CDPs (Centros de Detenção Provisória) para impedir a entrada e saída de presos. Com isso, a Tropa de Choque da Polícia Militar foi acionada para garantir transferências e a ida de presos para audiências judiciais marcadas.

Na quinta e sexta-feira da semana passada, chegaram a ocorrer tumultos, com o uso de gás de pimenta por parte dos policiais e com a retirada forçada dos agentes que se recusavam a deixar a frente das prisões para a passagens dos carros com presos.

Segundo a SAP, o uso do Choque ocorre para garantir o cumprimento de uma liminar da Justiça que proibia esse tipo de piquete e prevê uma multa diária de R$ 100 mil por unidade prisional paralisada.


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