Folha de S. Paulo


Casos de dengue têm redução de 80% em 2014

Os dois primeiros meses de 2014 registraram queda de 80% no número de casos de dengue notificados em comparação com o primeiro bimestre do ano passado, passando de 427,7 mil em 2013 para 87 mil este ano.

O número de casos graves e de mortes também teve queda significativa na comparação entre os períodos, com reduções de 84% e 95% respectivamente. Em janeiro e fevereiro de 2014, os registros indicam a ocorrência de 420 casos graves e nove mortes pela dengue.

O balanço, divulgado nesta terça-feira (18), pelo Ministério da Saúde foi acompanhado de um alerta para que as cidades mantenham as ações de prevenção e cuidados de saúde para a doença.

"O balanço é feito no meio da estação, 90% dos casos de dengue se concentram entre janeiro e maio", afirmou Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério.

O país tem, atualmente, 321 municípios em situação de risco para epidemia da dengue, segundo levantamento do governo que mediu a presença de larvas do mosquito transmissor da dengue em imóveis de 1.459 cidades.

Nessas cidades –que incluem as capitais Belém, Palmas, Porto Velho e Cuiabá–, o levantamento encontrou larvas em mais de 4% dos locais visitados. A situação de risco significa que, se nada for feito para contornar o problema, é esperada a ocorrência de epidemia da doença.

Outras 725 cidades estão em situação de alerta (com índice de infestação por larvas entre 1% e 3,9%), incluindo as capitais Boa Vista, Manaus, Maceió, Natal, Recife, Salvador, São Luís, Aracaju, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Campo Grande e Goiânia.

As demais 413 têm situação tida como satisfatória (com índice abaixo de 1%), entre elas as capitais Macapá, Teresina, Brasília e Curitiba. Seis capitais não enviaram as informações a tempo ou não realizam o levantamento completo, diz a pasta.

"Os dados não significam que podemos relaxar, e que as prefeituras vão deixar de fazer o seu trabalho. Se os gestores locais e as equipes de controle da endemia não tiverem capacidade de perceber que estamos no meio do ciclo, podemos inverter os resultados que obtivemos até aqui", afirmou o ministro Arthur Chioro (Saúde).

A pasta credita a redução à melhoria nos serviços de saúde prestados com novos protocolos de atendimento e à melhoria do monitoramento –com ampliação do levantamento de infestação por larvas e outras ferramentas, como uso do Twitter. Também contribui o fato de os dois subtipos de dengue predominantes hoje no país –dengue 1 e 4– estarem perdendo força, segundo avaliação do governo.

COPA

Das 12 cidades-sede da Copa do Mundo, apenas Cuiabá tem situação de risco para a doença. Outras seis –Manaus, Natal, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro– estão em situação de alerta para a doença.

Brasília e Curitiba têm índice satisfatório. São Paulo e Porto Alegre não realizam o levantamento completo, por terem historicamente índices muito baixos de infestação. Os dados de Fortaleza ainda não foram fechados.

Segundo Barbosa, porém, o governo não espera problemas relacionados à dengue durante a Copa, tanto pela baixa de casos em 2014 quanto pela época dos jogos (a maior transmissão vai até maio de forma geral, ou até o início de junho no Nordeste). Mas diz que, de toda forma, os planos locais de controle da doença foram revisados.

De acordo com o ministério, 86% dos casos registrados em 2014 se concentram em dez Estados, puxados por Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

As cidades que estão no topo do ranking deste ano são: Goiânia (6.089 casos), Luziânia (2.888), Aparecida de Goiânia (1.838), Campinas (1.739), Americana (1.692), Belo Horizonte (1.647), Maringá (1.540), São Paulo (1.536), Brasília (1.483) e Campo Belo (1.410).


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