Folha de S. Paulo


Para Cabral, caso Amarildo virou bandeira contra pacificação

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse que a opinião pública fez do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, na favela da Rocinha, "uma bandeira" contra a política de pacificação das UPPs (Unidade de Policía Pacificadora).

A afirmação foi feita durante a inauguração da estação de metrô Uruguai, na Tijuca (zona norte do Rio), na manhã deste sábado.

"Sempre ouvimos de alguns setores da população um questionamento sobre a pacificação, e agora tentam levantar a bandeira social contra a política de pacificação", afirmou ele, se referindo às Unidades de Polícia Pacificadora.

E questionou: "Quer dizer, é melhor continuar com as comunidades sem nenhuma estrutura, como muitas ainda não têm, e com o fuzil do poder paralelo? Ou é melhor ter a polícia presente garantindo segurança ao cidadão de bem?", perguntou.

O governador classificou os crescentes ataques a policiais como "terrorismo de gangues" e insinuou que podem ter uma ligação com a aproximação das eleições.

"Eu não posso ser precipitado em minhas afirmações, mas posso garantir que há uma coincidência.
Tentaram me intimidar em 2006 quando me elegi, tentaram de novo em 2010 quando me reelegi, e agora estão tentando novamente esta intimidação, e num momento que é de transição do nosso governo", declarou.

No dia 4 de abril, ele passa o governo do Rio ao vice, Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB à sua sucessão.

Cabral aproveitou o evento para elogiar o vice, que estava presente. "Pezão, que está conosco desde 1º de janeiro de 2007, tem o compromisso de investir no social, na infraestrutura e desenvolver cada vez mais a política de pacificação e segurança pública".

RABICHO DA TIJUCA

A estação de metrô Uruguai é a quarta instalada na Tijuca, zona norte do Rio, e será a primeira a disponibilizar internet Wi-Fi.

Segundo a assessoria de imprensa do MetrôRio, ela começou a ser operada no fim da manhã deste sábado e terá funcionamento normal, como as outras 35.

Orçada em R$ 250 milhões, a estação conta com cinco acessos: um na rua Dona Delfina, dois na rua Itacuruçá e dois na rua Conde de Bonfim. São dez escadas rolantes, seis elevadores e piso tátil para deficientes visuais.

Somando 1,1 km de extensão à linha 1, a Uruguai tem mais de sete mil metros quadrados, sendo 300 metros de plataforma. Ela foi construída em três anos e, de acordo com a Construtora OAS, aproveitou-se o trecho já escavado, conhecido pela comunidade como Rabicho da Tijuca.


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