Folha de S. Paulo


Sindicato descarta barrar visitas durante greve de agentes penitenciários

O Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo) decidiu que não vai impedir a realização de visitas durante a greve de agentes penitenciários nos presídios paulistas.

A paralisação começou na segunda-feira (10) e já atinge 125 dos 158 presídios até o fim da manhã de hoje, segundo o sindicato. O número é equivalente a 70% das unidades prisionais do Estado. A estimativa dos organizadores da ação é que 22 mil agentes já aderiram ao movimento sindical, o que representa 73% dos 30 mil servidores.

O diretor regional do Sindasp em São Paulo, Luciano Rodrigues, afirmou que as visitas não serão impedidas para não prejudicar os detentos. "O nosso movimento não é contra a população carcerária, mas sim contra o governo. Queremos, inclusive, melhores condições para eles porque isso reflete no nosso trabalho. Todos os presídios de São Paulo estão superlotados, a maioria com o triplo da capacidade máxima", disse.

Hoje, veículos com detentos transferidos foram barrados na porta do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Carros da Polícia Civil com presos foram impedidos de entrar, assim como um ônibus. Ontem, um comboio com presos também foi impedido de entrar no mesmo CDP e outro na penitenciária de Martinópolis, a 539 km da capital paulista.

A categoria pede reajuste salarial de 20,64%, redução de 8 para 6 classes e aposentadoria especial com 25 anos de carreira. O governo oferece redução de 8 para 7 classes, pagamento de diárias especiais e reajuste do adicional de periculosidade para parte dos agentes penitenciários.

Em assembleia na noite de ontem, os agentes decidiram manter a greve por tempo indeterminado até o governo aceitar as propostas da categoria.

Em nota, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) Informou que, por causa da greve, "o trânsito de presos dos centros de Detenção Provisória de Pinheiros para fóruns e/ou outras unidades ficou prejudicado." A pasta, porém, não disse se algum agente pode ser punido nem para onde foram encaminhados os presos barrados.


Endereço da página: