Manifestantes prometem realizar nesta quinta-feira (13) um protesto anti-Copa em São Paulo. Organizado pelas redes sociais, o ato esta programado para começar às 18h no Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste da capital. Até a manhã desta quarta o protesto tinha a presença confirmada de mais de 12 mil pessoas.
Este pode ser o terceiro ato anti-Copa realizado na cidade. Nas outras duas oportunidades, o protesto terminou em confronto entre policiais militares e manifestantes nas ruas do centro da cidade.
Há menos de um mês, no segundo ato anti-Copa, mais de 200 pessoas foram presas e a PM utilizou de uma tática conhecida como 'kettling', que consiste em cercar os manifestantes com objetivo de impedir danos e desarticular a organização do movimento.
O repórter da Folha, que estava cobrindo o protesto anti-Copa naquela oportunidade, foi cercado e agredido por dois policiais militares durante o uso dessa estratégia Jornalistas de outros veículos também foram agredidos. Segundo a PM, neste protesto dois manifestantes e cinco policiais se feriram.
O último ato contra a realização da Copa do Mundo também foi o primeiro protesto que contou com a participação da "tropa do braço" da Polícia Militar – grupo com conhecimento de artes marciais que vai ao protesto sem armas de fogo com a função de separar da multidão pessoas suspeitas.
Os organizadores não foram encontrados pela reportagem e o trajeto que será feito durante a manifestação também não foi revelado.
REIVINDICAÇÕES
Na convocação do ato no Facebook, os manifestantes questionam os gastos para a realização da Copa do Mundo no país. O evento usa como argumento uma matéria publicada pela Folha em junho do ano passado que diz que os gastos públicos com a Copa chegam a R$ 28 bilhões.
Há pedidos também para melhorias na saúde, educação e segurança pública. "Hoje no Brasil vivemos em uma situação caótica do SUS, de pessoas despejadas para construção de estádio, falta de investimento na educação, infraestrutura e outros sistemas", diz uma publicação na página do evento no Facebook.
A Polícia Militar não vai se manifestar antes da realização do ato desta quinta-feira. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) disse que fará bloqueio específicos ao longo do trajeto da manifestação. Se possível, a companhia pede para que os motoristas evitem passar pela região do Largo da Batata, nesta quinta-feira.