O Tribunal de Contas do Distrito Federal apurou indícios de superfaturamento na compra de ônibus para atender turistas em Brasília durante a Copa e alertou que eles só serão entregues na fase final do torneio.
Os ônibus serão híbridos, num modelo ecológico a base de biodiesel e motor elétrico. A frota levaria torcedores com ingresso ao estádio Mané Garrincha. Mas a entrega dos veículos está prevista para o fim de junho, quando quatro dos sete jogos em Brasília já terão ocorrido.
Segundo Carlos Koch Ribeiro, presidente da estatal TCB (Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília), a empresa usará outros ônibus da fota enquanto os híbridos não chegarem.
Ele afirmou à Folha que a licitação demorou a sair porque a TCB esperou um fabricante nacional habilitar-se junto ao BNDES (que financia a compra), o que não ocorreu.
O contrato com a Volvo, ainda não assinado, prevê 120 dias para a entrega.
Segundo Ribeiro, sua expectativa é que o próprio fornecedor vá tentar acelerar a produção para aproveitar a exposição da Copa.
A compra dos ônibus foi condicionada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal à exigência de que o governo comprove que o preço é compatível com o praticado em outras cidades.
Em Brasília, 18 ônibus híbridos ficaram em valores estimados de R$ 19,7 milhões. Já em Curitiba, segundo o tribunal, R$ 26 milhões serão suficientes para adquirir 60 veículos semelhantes.
Segundo o presidente da estatal TCB, o DF comprará os veículos do mesmo fornecedor de Curitiba, mas ressalta que o modelo de Brasília é superior, com câmbio automático, ar-condicionado e sistema de baterias.
"Um ônibus híbrido custa de 60% a 100% mais caro que um ônibus normal. Esse preço foi encaminhado ao BNDES e não houve problemas", afirma Ribeiro.
Cada veículo tem capacidade para transportar de 35 a 40 passageiros. Após o evento, os ônibus serão utilizados para renovar a frota da empresa.