Folha de S. Paulo


Pai de mulher que caiu com carro da ponte já sofreu dois acidentes na via

Pai da universitária Marina Borges que caiu com o veículo que dirigia da ponte Rio-Niterói, na manhã desta segunda-feira (3), o aposentado Mario Borges, 78, contou que a filha ficou dentro do carro até tocar a água da baia de Guanabara.

Na conversa que teve com a filha depois da cirurgia, Borges disse que Mariana teve que tirar o cinto de segurança antes de abrir a porta e nadar. A queda foi de cerca de 50 metros de altura.
O aposentado não acredita que o acidente tenha sido ocasionado por imprudência da filha.

"Ela sabe dirigir há anos e é muito responsável. O problema é que na ponte o trânsito é muito perigoso. As pessoas não pensam nos outros. Correm, não dão seta quando vão mudar de pista, por exemplo. Eu mesmo já sofri dois acidentes, os dois ocasionados pela direção agressiva de outros motoristas", disse.

De acordo com o aposentado, o primeiro acidente foi em 2000. "Parecido com o da minha filha, tentei desviar de outro veículo e bati". Já o segundo foi em 2008. "Um carro parou bruscamente e seis veículos engavetaram. O meu foi o sexto e tive perda total", relembrou.

Ainda com lágrimas nos olhos, Borges festejou o bom andamento da cirurgia da filha. "Ela acabou de sair do centro cirúrgico, está tudo bem, com pressão baixa e frio, mas os médicos disseram que isso irá passar e ela vai se recuperar".

Foi ele quem recebeu o telefonema dos bombeiros, às 06h30 da manhã, noticiando sobre o acidente da filha. "Eles falaram: sua filha sofreu um pequeno acidente na ponte Rio-Niterói, mas está bem. Só fui saber pela televisão das circunstâncias, da queda com o carro, mas já haviam me tranquilizado".

O veículo, um Renault Sandero branco, foi dado de presente há dois meses para a filha como um presente de formatura. Marina, única mulher dos quatro filhos, irá se formar em Engenharia de Produção neste semestre, em uma universidade particular.

"A mãe pagou a entrada e eu o seguro. As parcelas ela estava pagando, já que estava trabalhando. Ela mora com o noivo e os dois pretendem se casar após a compra de um imóvel".

Para o pai, a sorte foi a forma como o veículo caiu da Ponte. "Os bombeiros que socorreram disseram que o acidente não foi mais grave porque mergulhou de frente na água. Se caísse de lado ou com o teto, poderia ter amassado muito ou as portas ficariam emperradas. O pior passou. Mas é guerreira, não? Nadou mesmo com o baço danificado. Vontade de viver. E irá, muitos anos ainda", comemorou.


Endereço da página: