Folha de S. Paulo


Prefeitura de São Paulo afirma que inspeciona ônibus antigos

A Prefeitura de São Paulo afirma que irá multar as empresas que usarem ônibus com mais de dez anos de fabricação e que está levantando quantos dos 752 veículos cadastrados nessa situação estão circulando.

Segundo Adauto Farias, diretor da SPTrans, na última semana foram excluídos do cadastro cerca de 50 veículos.

"Uma coisa é um carro estar no cadastro, outra é estar prestando serviço, então preciso fazer uma pesquisa nos sistemas de geoprocessamento e de bilhetagem para afirmar", disse.

Também existe a possibilidade desses ônibus fazerem parte da frota de reserva das empresas, que hoje totaliza 921 carros.

Para evitar transtornos aos passageiros, a SPTrans afirma que determinou a realização de inspeção nesses veículos a cada 60 dias. Em caso de irregularidades, o ônibus pode ser lacrado.

Francisco Christovam, presidente do SPUrbanuss (sindicato das concessionárias), diz que veículos com dez anos não são necessariamente ruins. "Tem ônibus que já teve troca de motor, eixos, freios e suspensão, então às vezes um carro 2003 está melhor que um 2005, porque só a carcaça dele tem dez anos."

Ele afirma que as empresas estão renovando a frota, mas enfrentam dificuldade porque os bancos exigem tempo de contrato para aprovar financiamentos.

Algumas regiões da cidade têm recebido ônibus novos, sobretudo nas linhas beneficiadas pelas novas faixas exclusivas –que viraram bandeira da gestão Haddad. Desde 2013, o sistema recebeu 1.207 veículos, parte deles do modelo "superarticulado", de capacidade maior.

Christovam diz que as empresas têm optado por modelos maiores para substituir dois ou três ônibus menores de uma vez.

Farias diz que a prefeitura estuda uma forma de garantir a renovação da frota mesmo diante do curto tempo de contrato com as viações e sem envolver mais recurso do poder público.

Entre as possibilidades está aumentar o esforço de revisão da frota, para retirar de circulação os ônibus que não tiverem condições de segurança.

Outra hipótese é adotar mecanismo igual ao de 2003, quando o sistema também passava por nova licitação. Parte da frota nova teve que ser comprada pelas empresas que venceram a concorrência, e as viações que saíram do sistema foram indenizadas pelos investimentos feitos.

editoria de arte/folhapress

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